Diplomacia de Lula aposta em composição rápida entre direita e centro na Alemanha


“Ascensão da extrema direita é uma tendência e precisa ser reconhecida”, também afirmam interlocutores de Lula. Após vitória eleitoral, líder dos conservadores diz que vai começar a negociar coalizão na Alemanha
A volta do partido de Angela Merkel ao poder na Alemanha, por meio de um personagem mais à direita do que ela, o conservador Friedrich Merz, fez com que a diplomacia do Brasil visse com otimismo a montagem do novo governo na maior economia da Europa.
A aposta da chancelaria de Lula é a de que a direita, de Merz, consiga rapidamente fazer uma composição com o partido do atual primeiro-ministro, Olaf Scholz, social-democrata, para isolar a extrema direita, que teve seu melhor desempenho desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
O líder da CDU, Friedrich Merz, fala a apoiadores após resultado de boca de urna das eleições na Alemanha indicarem vitória de seu partido, em 23 de fevereiro de 2025.
Fabrizio Bensch/ Reuters
A adesão de um terceiro partido, os Verdes ou A Esquerda, já seria suficiente para dar uma maioria ao novo governo no Parlamento.
O vácuo, situação atual, é o pior cenário, porque, na avaliação da diplomacia de Lula, enfraquece a capacidade da Europa de reagir em bloco a uma série de ataques dos Estados Unidos à articulação blocada do continente em temas econômicos e bélicos.
Há, ainda, dentro do Planalto, um reconhecimento da “tendência” de crescimento da extrema direita no mundo. “Há, sim, uma tendência e essa expressão na Alemanha precisa ser reconhecida como marca disso”, avalia um diplomata que atua na avaliação da conjuntura no Planalto.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.