Ovo de Páscoa ‘envenenado’: O que se sabe e o que falta saber sobre o caso no Maranhão


Menino de sete anos morreu, e mãe e filha seguem internadas. Principal suspeita do crime está presa. Vítima de ovo de Páscoa envenenado no MA é extubada
A Polícia Civil do Maranhão segue investigando o caso da família que comeu um ovo de Páscoa e, em seguida, passou mal, em Imperatriz, no Maranhão. Um menino de sete anos morreu, enquanto a mãe e a irmã seguem internadas em estado grave no hospital.
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A principal linha de investigação indica que o ovo estava envenenado, mas ainda não houve comprovação. A suspeita do crime já foi presa e confessou ter comprado o ovo, mas nega o envenenamento.
Nessa reportagem você confere o que já se sabe e o que falta saber sobre o caso:
Como o ovo chegou até a casa das vítimas?
Quem são as vítimas e como estão?
Como a polícia chegou até a suspeita?
Qual a motivação do suposto crime?
Há outras linhas de investigação?
O que os laudos periciais apontaram sobre o ovo?
Quais são os próximos passos da investigação?
1. Como o ovo chegou até a casa das vítimas?
Há suspeita de que o ovo recebido pela família estava envenenado.
Reprodução/TV Mirante
As investigações da Polícia Civil apontam que o ovo de Páscoa foi comprado em um supermercado, em Imperatriz, por Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, no dia 16 de abril, por volta das 15h41.
A compra foi flagrada em um vídeo (veja abaixo) do estabelecimento e mostra Jordélia usando uma peruca e óculos escuros.
Suspeita de envenenar ovo de Páscoa se disfarçou para comprar chocolate em loja
Na noite do mesmo dia, o ovo foi enviado por um motoboy, como se fosse um presente, para a casa de Mirian Mirian Lira, uma das vítimas. Havia um bilhete na encomenda: “Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa”.
Miriam e os dois filhos comeram o ovo e passaram mal. Luís Fernando Rocha Silva, de sete anos, morreu.
2. Como estão as vítimas?
Miriam e os filhos, Evelyn e Luís, comeram o ovo de Páscoa e passaram mal
Reprodução/TV Mirante
Luís Fernando, de sete anos, morreu e o corpo foi enterrado no dia 18 de abril. Já a mãe, Miriam Lira, e a filha, Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, seguem internadas no Hospital Municipal de Imperatriz.
Mirian, de 32 anos, estava em estado grave e chegou a ser entubada em uma UTI, mas foi extubada na tarde desse domingo (20) e está em um leito de enfermaria, segundo a família. Ela já consegue se comunicar e apresenta boa evolução, embora ainda esteja sem movimentar o corpo.
Já Evelyn Fernanda segue internada na UTI II e apresentou piora clínica, neurológica e hemodinâmica, considerável nas últimas 24h, segundo o último boletim médico, divulgado na manhã desta segunda,
O Hospital Municipal de Imperatriz informou, ainda, que a adolescente está mantendo-se hipotensa (com pressão baixa), mesmo com medicações otimizadas para manter a pressão arterial minimamente estável.
3. Como a polícia chegou até a suspeita?
Além das imagens de câmeras de segurança, comprovantes de compras e depoimentos ajudaram a Polícia Civil a localizar e apontar Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, como principal suspeita de envenenar Miriam e os filhos.
O quebra-cabeça do caso foi montado a partir das primeiras informações que foram recebidas ainda na noite do dia 16 de abril. O depoimento do namorado de Mirian, uma das vítimas, ajudou a polícia a chegar em uma ex-namorada dele que poderia ter envolvimento com o caso.
Imagens de câmera de segurança mostram Jordélia Pereira Barbosa em um hotel de Imperatriz
Reprodução
A mulher foi identificada como Jordélia Pereira, de 35 anos, moradora de Santa Inês (MA), e que ficou hospedada em Imperatriz (MA) na noite do crime. Imagens de câmeras de segurança mostraram ela deitada em um dos sofás da recepção.
A irmã de Mirian também contou que, após receber o chocolate, a vítima recebeu a ligação de uma mulher questionando se o ovo de Páscoa havia chegado a sua casa. Mirian chegou a perguntar quem falava ao telefone, a mulher não disse o nome mas falou que ‘ela saberia’ quem ela era.
Depois, a polícia descobriu que Jordelia havia saído de Imperatriz de volta para Santa Inês. Ela foi interceptada e presa quando estava descendo do ônibus intermunicipal. Com ela, foram encontradas duas perucas (uma loira e outra preta) e restos de chocolates, além de bilhetes de passagens de ônibus.
Material apreendido com Jordélia Pereira Barbosa, 35 anos, suspeita de envenenar família com ovo de Páscoa no Maranhão.
Divulgação/Polícia Civil do Maranhão
4. Qual a motivação do suposto crime?
Jordélia Pereira é ex-esposa do atual namorado de Mirian e teria cometido o crime por ciúmes e vingança, segundo a polícia. Jordélia estaria inconformada com o fim do casamento e com o fato de o ex-marido estar se relacionando com Mirian.
No entanto, após ser presa, Jordélia Pereira confessou apenas ter comprado o chocolate, mas nega ter colocado veneno. O g1 não conseguiu localizar a defesa da suspeita até a publicação desta reportagem.
Jordelia Pereira Barbosa, de 36 anos, foi presa na cidade de Santa Inês, na região do Médio Mearim.
Divulgação/Redes sociais
5. Há outras linhas de investigação?
Até o momento, a principal linha de investigação aponta unicamente para Jordélia como mentora e executora do crime. O motoboy não é considerado suspeito, assim como o atual namorado de Jordélia, segundo a polícia.
No entanto, a polícia diz que, se surgirem indícios de participação de outras pessoas no crime, eles também devem ser indiciados.
6. O que os laudos periciais apontaram sobre o ovo?
Até o momento, o laudo do ovo de Páscoa ainda não foi divulgado pelo Instituto de Criminalística. Há ainda o laudo cadavérico de Luís Fernando que podem comprovar o envenenamento do produto.
No entanto, a polícia já tem alguns indícios de que supostamente o ovo foi envenenado com ‘chumbinho’, com base no material apreendido com Jordélia, no dia em que foi presa. Essa suspeita, porém, também ainda precisa ser comprovada.
7. Quais são os próximos passos da investigação?
Jordélia foi transferida no último domingo (20) para a Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís (UPFEM). Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), ela deve permanecer no presídio à disposição da Justiça durante o curso das investigações.
Os próximos passos das investigações dizem respeito ao resultado dos laudos que podem comprovar o envenenamento do ovo de Páscoa e o envolvimento direto de Jordélia no crime, assim como a possível participação de outras pessoas.
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