Deputada do Acre propõe programa que troca material reciclável por alimentos


Projeto de lei foi apresentado pela deputada Michelle Melo (PDT) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). Deputada do Acre propõe projeto que troca materiais recicláveis por alimentos
Reprodução/Aleac
A deputada Michelle Melo (PDT) propôs, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o projeto “Câmbio Verde”. O texto prevê a criação de um programa de coleta seletiva, por meio do qual a população poderá trocar lixo reciclável, como latinhas e garrafas plásticas, por alimentos como frutas, verduras e legumes.
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Michele comentou que a iniciativa busca aliar sustentabilidade e combater à insegurança alimentar. A ideia é que o governo do Acre estabeleça parcerias com a iniciativa privada, cooperativas e organizações da sociedade civil para garantir a execução do projeto, estabelecendo postos de troca e a oferta de alimentos.
Os beneficiários do programa deverão ser cadastrados e o material reciclável coletado deverá ser enviado para cooperativas ou associações de trabalhadores de reciclagem cadastradas.
“Esse projeto já vem revolucionando o Brasil e pode ser uma alternativa concreta para ajudar quem não tem o que comer. É uma forma inteligente de colocar comida na mesa dos acreanos e ainda cuidar do nosso meio ambiente”, explicou.
No plenário, a deputada enfatizou que o projeto tem como foco a população em situação de extrema pobreza, majoritariamente composta por mulheres negras chefes de família.
“É para quem não tem trabalho, não tem renda, mas pode sair no seu bairro, recolher resíduos que poluem nossos rios e igarapés, e voltar para casa com alimento digno”, disse.
Michelle reforçou o apelo para que os parlamentares aprovem a proposta e pediu sensibilidade do governo para sua execução. “Nosso povo está com fome. Precisamos unir criatividade e ação política para dar respostas reais a essa realidade tão dura que vivemos no Acre”.
Até a última atualização desta reportagem ainda não havia prazo para que o projeto de lei fosse votado.
Outras cidades do Brasil já contam com projeto que troca resíduos recicláveis por alimentos.
Levy Ferreira/SMCS
Outras cidades
Em Curitiba o projeto “Câmbio Verde” já funciona há décadas. A cada troca, os moradores podem trazer até 200 quilos de materiais recicláveis. E, pela regra, quatro quilos de recicláveis dão direito a um quilo de frutas, legumes e verduras.
Além disso, o programa também aceita óleo de cozinha usado, desde que armazenado em garrafas PET de 2 litros. Neste caso, quatro litros de óleo utilizado podem ser trocados por 1 kg de produtos hortifrutis.
Em Itapetininga, o mesmo projeto que troca materiais recicláveis por alimentos foi lançado em Itapetininga (SP), em 2019. Segundo a prefeitura da cidade, cada quatro quilos de material reciclável pode ser trocado por um quilo de arroz, feijão, macarrão ou farinha de milho
Já em Umuarama, na região noroeste do Paraná, os moradores dos bairros Jabuticabeiras, Sete Alqueires, Industrial, Arco Iris, Jardim Viveiros e Alto da Glória, também contam com o mesmo projeto porém com outro nome: Lixo Que Vale.
Desde 2013, o programa foi idealizado pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, e mais de duas mil famílias em vulnerabilidade econômica são beneficiadas e reconquistaram o direito a uma alimentação saudável.
A população pode trocar o lixo reciclável por ‘moedas verdes’, que dão o direito a compra de alimentos fresquinhos, vindos direto do campo. Com a troca, a prefeitura recolhe cerca de 20 toneladas de recicláveis por mês e entrega os resíduos gratuitamente na cooperativa de catadores da cidade.
Conheça o projeto que troca lixo reciclável por alimentos
VÍDEOS: g1
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