Barrando quase 90% dos requerimentos, base aliada na Câmara blinda Prefeitura de São José dos Campos


Levantamento feito pelo g1 mostra que 88,2% dos requerimentos que solicitavam informações para a prefeitura – na área da saúde, educação, judicial, entre outras esferas – foram barrados durante votação acirrada na Câmara, em 2025 – a base aliada do prefeito foi decisiva na votação. Imagem de arquivo – Vereadores de São José dos Campos em sessão na Câmara – abril de 2025.
Cleverson Nunes/CMSJC
Um levantamento feito pelo g1 mostra que quase 90% dos requerimentos de vereadores que pediram informações e explicações para a Prefeitura de São José dos Campos foram barrados durante votação na Câmara Municipal neste ano.
O levantamento feito pelo g1 compilou dados do dia 1º de janeiro de 2025 até às 17h do dia 25 de abril. Ao todo, foram analisados 1.152 requerimentos que foram protocolados pelos vereadores na Câmara de São José – dentre eles, 144 solicitaram algum tipo de informação à Prefeitura de São José dos Campos.
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Os requerimentos solicitavam informações em diversas áreas, como na saúde, educação, jurídica, sobre manutenção da cidade, entre outros temas.
O levantamento mostra que dos 144 requerimentos que pediam esclarecimentos e informações para a Prefeitura, 110 (76,4%) já passaram por votação. Outros 32 (22,2%) foram retirados antes de serem votados. Apenas 2 (1,4%) ainda tramitam na Câmara.
Dos 110 requerimentos que passaram por votação e que cobravam informações da Prefeitura, 97 foram rejeitados pelos vereadores, o que representa 88,2%. Somente 13 deles foram aprovados (11,8%).
Entre os requerimentos barrados estão pedidos de informações sobre defasagem de professores, obras atrasadas, número de passageiros do transporte público, enfrentamento da febre amarela na cidade, fila para procedimentos médicos da saúde, entre outros pedidos.
Já entre os requerimentos aprovados, há pedidos de informações sobre temas como suposto caso de importunação sexual em escola da rede municipal, fiscalização de estabelecimentos, população que vive em situação de rua e carência de médicos especialistas, por exemplo. Os requerimentos aprovados foram propostos por vereadores de oposição e também os declarados como independentes – que não fazem oposição, mas também não são da base, agem de forma autônoma.

As votações que acabaram com os requerimentos barrados foram acirradas, com 10 votos a 9 ou 11 votos a 9, em sua maioria, dependendo da quantidade de vereadores presentes na sessão. Os votos da base aliada, blindando a prefeitura, foram decisivos, já que dez vereadores compõem a base aliada da atual gestão.
Dos 21 vereadores eleitos em São José dos Campos, dez fizeram parte da coligação de Anderson (PSD), prefeito reeleito no segundo turno, em 2024.
Os partidos que estiveram na coligação com o PSD foram o Republicanos, o PP, o MDB, o Podemos, o PRD e o Solidariedade. Veja abaixo os vereadores eleitos que fizeram parte da coligação:
PSD: Fabião Zagueiro, Marcão da Academia, Zé Luís, Rafael Pascucci, Roberto do Eleven e Claudio Apolinário.
PRD: Marcelo Garcia e Gilson Campos
PP: Rogério da Acasem
Republicanos: Milton Vieira Filho
Com isso, a divisão da câmara por partidos ficou da seguinte forma em 2025:
PSD – seis cadeiras
PL – cinco cadeiras
PSDB – duas cadeiras
PT – duas cadeiras
PRD – duas cadeiras
Cidadania – uma cadeira
PP – uma cadeira
Republicanos – uma cadeira
União Brasil – uma cadeira
Para Vitor Schirato, professor de Direito Administrativo na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), barrar ou aprovar um requerimento faz parte do jogo de poder da política.
“Na democracia representativa existem alguns mecanismos que são usados pelo parlamento para controlar o poder executivo. O requerimento é um deles. É um pedido formal feito pelo parlamento para que os órgãos públicos – nesse caso a prefeitura – expliquem determinados temas. Funciona como uma cobrança, uma prestação de contas. É um meio de controle do parlamento sobre o executivo”, afirmou Vitor.
“Muitas vezes os requerimentos são usados como jogo político. A oposição usa o espaço para desgastar o executivo, com requerimentos meramente políticos, enquanto a situação (base aliada) usa para blindar, valorizar, com requerimentos bons”, completou o professor.
Para Maria Aparecida Rhein, professora do Insper e especialista em gestão e ideologia política, a maioria dos vereadores promover uma espécie de blindagem é algo que faz parte da dinâmica política dentro da democracia, mas que pode ser prejudicial a longo prazo.
“É legal, é uma ferramenta legítima, mas não é ético e pode representar algo grave, que é um prefeito governando para um grupo específico. Isso não é ético. Bloquear ou arquivar um requerimento é deixar de ouvir um questionamento público, já que os vereadores representam a voz pública, da população. Ou seja, o executivo deixa de governar para todos. O sistema democrático acaba sendo perdido por interesse político”, afirmou Maria Aparecida.
“Usando uma ferramenta democrática, essa blindagem cria um buraco dentro da democracia. É como usar a democracia contra ela mesma. Existe legitimidade conceitual, mas é uma situação que elimina interesses vistos como marginais pela maioria. Um parlamento que se acostuma a fazer isso tem pouco conhecimento político do exercício pleno da cidadania”, complementou a professora.
Vitor concorda com a professora, avaliando que proteger a prefeitura das discussões com a Câmara pode impactar o cenário político e a forma de dialogar entre partidos diversos.
“É uma imperfeição do nosso sistema democrático. A partir do momento que uma maioria sufoca uma minoria, a democracia se perde e isso prejudica a cidade”, ponderou Vitor.
“É claro que muitos requerimentos são de fato absurdos, porque também são usados pela oposição para desgastar o executivo, mas muitos outros representam interesses reais da população. Então, ao criar uma situação em que a grande maioria dos requerimentos da oposição são barrados, você barra também o interesse da população”, defendeu o professor.
O que diz o prefeito?
Por meio de nota, a assessorai de imprensa do prefeito Anderson informou que a “Prefeitura de São José dos Campos respeita a independência da Câmara Municipal e de cada vereador em suas decisões e votações. O voto de cada parlamentar deve refletir sua análise pessoal, suas convicções e, sobretudo, o compromisso com os interesses da população”.
Ainda segundo a prefeitura, “os requerimentos são apenas uma das ferramentas disponíveis para o exercício da fiscalização do Poder Legislativo. Muitos vereadores optam por buscar informações por outros meios legais e institucionais, como: ofícios, visitas técnicas ou reuniões nas secretarias municipais, garantindo agilidade e efetividade no acompanhamento das ações do Executivo”.
Por fim, a administração municipal afirmou que “a diversidade de posicionamentos e decisões faz parte da democracia e deve ser respeitada como sinal de pluralidade no debate público”.
Veja, em ordem alfabética, o que dizem os vereadores:
Amélia Naomi (PT)
Por meio de nota, a vereadora Amélia afirmou que “negar informações públicas é esconder a verdade da população, que a transparência é um dever da gestão pública, e impedir o acesso a esses dados é uma afronta”. Veja a nota de Amélia na íntegra:
“Negar informações públicas é esconder a verdade da população! O governo municipal age de forma autoritária ao barrar requerimentos sobre saúde, transporte e educação. O que o prefeito quer esconder? A transparência é um dever da gestão pública, e impedir o acesso a esses dados é uma afronta ao direito dos cidadãos que enfrentam diariamente a precariedade dos serviços públicos”, diz a nota de Amélia Naomi.
Carlos Abranches (Cidadania)
Ao g1, Abranches afirmou que fez “45 requerimentos de informações, 42 deles dirigidos à Prefeitura Municipal. Apenas 6 foram aprovados em plenário e zero foi respondido pela Prefeitura”. Veja a nota de Abranches na íntegra:
“Desde que assumi meu mandato em janeiro desse ano, foram 45 requerimentos de informações elaborados, 42 deles dirigidos à Prefeitura Municipal. Apenas 6 foram aprovados em plenário e zero foi respondido pela Prefeitura.
Foram requerimentos solicitando informações importantes, pensando em benefício da comunidade. Entre os pedidos rejeitados, estão informações sobre a correção do valor do vale-alimentação dos servidores públicos municipais, como também informações sobre o Plano de Contingência e ações de manutenção de um trecho com alagamentos frequentes, na Av. João Batista de Souza Soares, no bairro Jardim Morumbi.
Entre os sem resposta, está um requerimento pedindo informações a respeito da linha de distribuição de energia elétrica na estrada do Guaxindiba, Distrito de São Francisco Xavier, em São José. A Prefeitura divulga o distrito como local de excelente potencial turístico, mas o que ouvimos dos moradores é que eles estão perdendo hóspedes, e até equipamentos, por causa das constantes quedas de energia.
Na sessão dessa terça-feira (29/04), por exemplo, entrei com o requerimento nº 1107, solicitando informações à Prefeitura Municipal sobre quais medidas estão previstas para o efetivo atendimento da NR-1.
É uma mudança importante na legislação trabalhista, que procura promover um ambiente produtivo mais seguro ao trabalhador. Prevê, por exemplo, a gestão dos riscos psicossociais, algo extremamente atual, para prevenir e cuidar da saúde mental dos colaboradores”, disse Abranches.
Claudio Apolinário (PSD)
Por meio de nota, o vereador Claudio Apolinário defendeu que “não há blindagem” e que “tem priorizado o envio de ofícios diretamente aos órgãos competentes, buscando respostas mais rápidas e efetivas, sem a necessidade de processos burocráticos”. Leia a nota de Apolinário na íntegra:
“O vereador Apolinário reafirma seu compromisso com a transparência, a responsabilidade na fiscalização e o foco em resultados para a população. Quanto aos requerimentos propostos pela oposição, nos casos em que vê efetivo interesse público, tem priorizado o envio de ofícios diretamente aos órgãos competentes, buscando respostas mais rápidas e efetivas, sem a necessidade de processos burocráticos que retardem a solução dos problemas.
Em temas sensíveis, como por exemplo o caso envolvendo a importunação de crianças, optou por agir com discrição e responsabilidade, respeitando a privacidade dos envolvidos e acionando prontamente os órgãos de proteção, como o Conselho Tutelar, a autoridade policial e a Rede de Proteção da Prefeitura, sem expor publicamente um caso tão sensível.
A rejeição de requerimentos não representa omissão ou blindagem, mas sim a escolha consciente por métodos que efetivamente tragam soluções práticas e agilidade no atendimento às demandas da sociedade. Para Apolinário, o papel do vereador é encontrar caminhos que realmente sirvam à cidade, e não alimentar formalidades que, muitas vezes, são usadas apenas como palanque eleitoral.
É importante esclarecer que todas as informações solicitadas são devidamente encaminhadas via ofício e as respostas ficam disponíveis a todos os vereadores. Não há qualquer prática de “blindagem”, mas sim o compromisso com a transparência e a eficiência no atendimento das demandas públicas.
Seu compromisso permanece inalterado: fiscalizar com seriedade, agir com responsabilidade e sempre colocar o interesse público acima da burocracia ou interesses meramente político-eleitorais”, afirmou Apolinário.
Fabião Zagueiro (PSD): O vereador não retornou o contato feito pelo g1. A reportagem será atualizada caso o político se manifeste.
Fernando Petiti (PSDB): O vereador ainda não enviou um posicionamento para o g1. A reportagem será atualizada caso o político se manifeste.
Gilson Campos (PRD)
Gilson Campos informou ao g1 que opta por rejeitar os requerimentos e elaborar ofícios com questionamentos diretos para a Prefeitura como forma de “agilizar a comunicação e obter respostas mais céleres e efetivas, desburocratizando o processo e mantendo a transparência”. Veja a nota de Gilson na íntegra:
“Em resposta ao questionamento do portal g1, esclareço que cada vereador possui autonomia para tomar decisões e votar de acordo com a relevância e fundamentos de cada requerimento ou indicação apresentada na Casa. Essas decisões são baseadas na análise pessoal, convicções e compromisso com a população.
Considerando o teor dos documentos apresentados, optamos por rejeitá-los e, elaboramos ofícios para questionar diretamente o Poder Executivo. Esse procedimento visa agilizar a comunicação e obter respostas mais céleres e efetivas, desburocratizando o processo e mantendo a transparência e fiscalização que são fundamentais para a atuação da Câmara.
Ademais, informo que os ofícios são respondidos semanalmente pela Prefeitura de São José dos Campos e acompanhados pela minha assessoria para garantir o controle e acompanhamento adequados.
Reitero meu compromisso com a população Joseense, zelando pela transparência e efetividade das ações, e juntos trabalhando pelo bem comum”, disse Gilson em nota.
Juliana Fraga (PT)
Ao g1, Juliana Fraga informou que “muitos dos requerimentos — principalmente os que envolvem a Educação e a Saúde — são rejeitados de forma automática pela base do governo, sem sequer uma análise justa” e defendeu que “a função do vereador é fiscalizar”. Veja o posicionamento de Juliana na íntegra:
“Tenho muito orgulho do trabalho que realizo como vereadora, ouvindo a população e cobrando respostas do Executivo com base nas demandas reais da cidade. Infelizmente, muitos dos meus requerimentos — principalmente os que envolvem a Educação e a Saúde — são rejeitados de forma automática pela base do governo, sem sequer uma análise justa.
Os pedidos que faço não são ataques políticos: são alertas sobre a falta de livros nas escolas, filas de espera de anos para cirurgias e tratamentos, inclusive contra o câncer. São informações que têm nome, rosto, endereço. São vidas. E vidas não podem ser tratadas como afrontas. Mas, lamentavelmente, a base governista interpreta qualquer questionamento como oposição ofensiva, e não como parte do processo democrático.
A função do vereador é fiscalizar. E, quando até isso é barrado, o que está em jogo não é só o meu trabalho, mas a transparência com o povo. Sigo cumprindo meu papel com responsabilidade e coragem”, afirmou Juliana em nota.
Lino Bispo (PL)
Em nota enviada para a reportagem, Lino Bispo defendeu que barrar os requerimentos “trata-se de uma prática que prejudica não apenas o exercício do mandato parlamentar, mas também o direito da população de ter acesso às informações da administração pública”. Confira o posicionamento de Lino na íntegra:
“A política deve ser exercida com responsabilidade, transparência e, sobretudo, respeito à população. Infelizmente, temos testemunhado, de forma recorrente, a rejeição sistemática de todos os projetos, requerimentos e pedidos de informação apresentados por este mandato na Câmara Municipal de São José dos Campos. As negativas partem, invariavelmente, da maioria governista, que detém os votos suficientes para barrar qualquer iniciativa de fiscalização ou proposição que não parta de seus próprios quadros.
Desde o início do mandato, já foram protocolados 102 requerimentos direcionados à Prefeitura. Desses, 23 foram pedidos objetivos de informações sobre a gestão municipal, todos rejeitados pela base governista, mesmo tratando-se de solicitações fundamentadas e de interesse público. Trata-se de uma prática que prejudica não apenas o exercício do mandato parlamentar, mas também o direito da população de ter acesso às informações da administração pública.
É preciso deixar claro que o papel do vereador vai além da elaboração de leis. Fiscalizar o Executivo e representar as demandas da população são atribuições constitucionais e previstas na Lei Orgânica do Município. Quando um requerimento de informação é negado por critérios políticos, quem perde não é o vereador – é o cidadão que busca respostas, melhorias e esclarecimentos sobre os serviços públicos que utiliza diariamente.
Importante frisar que não se trata de disputa entre oposição e governo. A atividade parlamentar não pode ser reduzida a uma disputa partidária. Trata-se de respeitar a legitimidade de quem foi eleito para representar a população – especialmente nas demandas que surgem diretamente dos bairros, das ruas e das vozes que ecoam nas periferias e comunidades da nossa cidade.
Ao impedir o andamento de projetos e a aprovação de requerimentos, a maioria governista compromete não apenas a atuação dos vereadores independentes, mas esvazia o papel do Legislativo e fere a democracia representativa. Governar não é calar as vozes divergentes. Governar é ouvir, dialogar e prestar contas à sociedade.
Reafirmo, portanto, meu compromisso com o mandato popular, com a transparência na gestão pública e com o direito do cidadão de ser informado e respeitado. Seguiremos firmes, com coragem e responsabilidade, exercendo o papel que nos foi confiado pelas urnas: fiscalizar, propor e representar”, defendeu Lino Bispo na nota.
Marcão da Academia (PSD)
Ao g1, Marcão da Academia defendeu que opta por “rejeitar requerimentos formais porque, na prática, a solicitação de informações via ofício direto aos órgãos competentes tem se mostrado muito mais ágil e eficiente”. Confira o posicionamento de Marcão na íntegra:
“Em muitos casos, optamos por rejeitar requerimentos formais porque, na prática, a solicitação de informações via ofício direto aos órgãos competentes tem se mostrado muito mais ágil e eficiente, e em temas sensíveis opto por agir com discrição e responsabilidade sem expor publicamente.
Por exemplo, quando surgiram dúvidas sobre a vacinação infantil, enviei um ofício direto à Secretaria de Saúde e recebi a resposta em menos de 48 horas — enquanto um requerimento poderia levar semanas para tramitar. O importante é garantir que as informações cheguem com rapidez e objetividade.
É importante esclarecer que meu compromisso permanece inalterado, agindo com responsabilidade, transparência e a eficiência, onde foco deve ser a resposta à população, e não a burocratização do processo ou interesses político-eleitorais”, afirmou Marcão na nota.
Marcelo Garcia (PRD): O vereador não retornou o contato feito pelo g1. A reportagem será atualizada caso o político se manifeste.
Milton Vieira Filho (Republicanos): O vereador não retornou o contato feito pelo g1. A reportagem será atualizada caso o político se manifeste.
Rafael Pascucci (PSD)
Por meio de nota, Rafael Pascucci também defendeu que o envio de ofícios diretos para a prefeitura é mais eficiente. Veja o posicionamento do vereador na íntegra:
“Frente a relevância de muitos pedidos, optamos por oficiar à prefeitura, com ofício assinado pela maioria dos vereadores. Indicações tem prazo de 15 dias para retornarem ao legislativo e nos ofícios recebemos respostas em um terço do tempo. Quando se trata de ofícios urgentes, as respostas são ainda mais rápidas, com a devolutiva ao cidadão ocorrendo em 1 ou 2 dias”, afirmou Rafael em nota.
Renato Santiago (União)
Ao g1, Renato Santiago afirmou que “esses requerimentos têm período longo para resposta do executivo, mínimo de 15 dias” e que tem feito “solicitações de informações através de ofícios, sobre os mesmos temas abordados nos requerimentos” para receber retorno de forma rápida. Veja o posicionamento de Renato na íntegra:
“Estamos em um período pós-eleição Municipal e pré-eleitoral, onde alguns Vereadores serão candidatos a Alesp ou apoiarão outros candidatos. Diante disso, sistematicamente, têm usado uma ferramenta legal, que são os requerimentos, para receberem informações da prefeitura, mas esses requerimentos têm período longo para resposta do executivo, mínimo de 15 dias.
Muitos dos requerimentos também tem sido utilizados de plataforma eleitoreira e não serei usado como trampolim eleitoral para ninguém.
Como não sou candidato a nada, tenho feito pelo meu gabinete, solicitações de informações através de ofícios, sobre os mesmos temas abordados nos requerimentos, recebo as respostas em 48h, muito mais rápido que os requerimentos e tomo as atitudes que achar pertinentes.
Dessa forma, sigo o meu dever de fiscalizar e coloco todos os ofícios a disposição para verificação”, afirmou Renato em nota.
Roberto Chagas (PL): O vereador não retornou o contato feito pelo g1. A reportagem será atualizada caso o político se manifeste.
Roberto do Eleven (PSD)
Ao g1, Roberto do Eleven afirmou que “as votações refletem a vontade da maioria dos parlamentares, dentro do processo democrático” e que “o trabalho da Câmara segue transparente”. Veja o que ele disse na íntegra:
“As decisões sobre requerimentos são tomadas por maioria simples, seja para aprovação ou rejeição, conforme previsto no regimento interno. As votações refletem a vontade da maioria dos parlamentares, dentro do processo democrático. O trabalho da Câmara segue transparente, com foco no diálogo e na construção de soluções para a cidade”, afirmou Roberto do Eleven na nota.
Rogério da Acasem (Progressistas): O vereador não retornou o contato feito pelo g1. A reportagem será atualizada caso o político se manifeste.
Senna (PL)
Em nota, o vereador Senna defendeu que “solicitar informações sobre saúde, educação, manutenção da cidade, contas públicas e decisões judiciais não é um ato de oposição, mas sim um dever de quem representa a população”. Confira o posicionamento dele na íntegra:
“Fiscalizar o Poder Executivo é uma das minhas principais responsabilidades como vereador. Solicitar informações sobre saúde, educação, manutenção da cidade, contas públicas e decisões judiciais não é um ato de oposição, mas sim um dever de quem representa a população.
Fico preocupado ao ver que a maioria desses pedidos de informação foi rejeitada. A transparência é fundamental para fortalecer a democracia, dar voz ao cidadão e garantir a melhoria dos serviços públicos.
Reafirmo o meu compromisso de atuar com responsabilidade, respeito às instituições e vigilância permanente. O mandato não se limita a fazer leis: é também fiscalizar, acompanhar e cobrar para que São José dos Campos continue avançando de forma justa e transparente”, afirmou Senna na nota.
Sérgio Camargo (PL)
Em nota, Sérgio Camargo disse que tem “profunda preocupação com a falta de transparência e com a limitação do trabalho fiscalizador dos parlamentares” e que “é inaceitável que, em uma democracia, mais de 88% dos requerimentos com pedido de informações tenham sido rejeitados”. Veja o posicionamento de Sérgio na íntegra:
“Diante dos dados que revelam o alto índice de rejeição de requerimentos que solicitam informações à Prefeitura de São José dos Campos — especialmente sobre temas de grande interesse da população, como cirurgias, obras paradas, manutenção urbana e gestão da saúde —, manifesto minha profunda preocupação com a falta de transparência e com a limitação do trabalho fiscalizador dos parlamentares, que infelizmente tem sido imposta pelo atual governo municipal.
É inaceitável que, em uma democracia, mais de 88% dos requerimentos com pedido de informações tenham sido rejeitados. A população tem o direito de saber como o dinheiro público está sendo aplicado e quais são os motivos por trás da demora em cirurgias, do abandono de obras e de outros problemas enfrentados diariamente pelos joseenses.
Os requerimentos que apresentei na Câmara têm como objetivo cumprir o dever constitucional de fiscalização do Poder Executivo. Rejeitar sistematicamente esses pedidos é fechar os olhos para a realidade da cidade e impedir o legítimo papel do Legislativo de cobrar respostas, propor melhorias e garantir que os recursos públicos estejam sendo bem utilizados.
É dever do Legislativo, independentemente de alinhamentos políticos, assegurar que os atos da Administração Municipal estejam sujeitos à fiscalização, com transparência, responsabilidade e respeito ao interesse público.
Seguirei lutando para que as informações públicas sejam, de fato, públicas — e não escondidas por conveniência política”, afirmou Sérgio na nota.
Sidney Campos (PSDB): O vereador não retornou o contato feito pelo g1. A reportagem será atualizada caso o político se manifeste.
Thomaz Henrique (PL)
Ao g1, Thomaz Henrique defendeu que “o requerimento é um instrumento legítimo de fiscalização por parte dos vereadores” e que a” rejeição destes requerimentos é, portanto, uma forma de blindagem, impedindo não apenas os vereadores independentes, mas principalmente a população joseense, de ter acesso a informações que deveriam ser públicas”. Confira o que ele disse na íntegra:
“Infelizmente a atual legislatura repete o velho vício de legislaturas passadas, de se organizar uma base de apoio ao prefeito que barra os pedidos de informação de vereadores independentes e de oposição.
Lembro que o requerimento é um instrumento legítimo de fiscalização por parte dos vereadores e que, quando aprovado, obriga a prefeitura a respondê-lo em até 15 dias, garantindo transparência e explicações públicas acerca de medidas e ações tomadas pela administração.
A rejeição destes requerimentos é, portanto, uma forma de blindagem, impedindo não apenas os vereadores independentes, mas principalmente a população joseense, de ter acesso a informações que deveriam ser públicas.
Isso é feito pelos vereadores que apoiam a administração municipal em troca de vantagens e busca impedir que vereadores independentes exponham os problemas e erros da prefeitura, o que compromete o direito e acesso à informação, além de violar o princípio constitucional da publicidade, que prevê transparência como valor fundamental numa democracia”, declarou Thomaz em nota.
Zé Luís (PSD)
Em nota, Zé Luís disse que “rejeitar requerimentos não significa rejeitar a transparência” e que “consegue respostas rápidas por ofício”. Confira na íntegra o que o vereador Zé Luís afirmou:
“Rejeitar requerimentos não significa rejeitar a transparência. Pelo contrário: buscamos agilidade. Em vez de esperar semanas pela tramitação burocrática, conseguimos respostas rápidas por ofício, como no caso das reformas escolares, onde em poucos dias tivemos retorno direto da Prefeitura. Nosso compromisso é com a eficiência e o respeito ao cidadão, e não com a perda de tempo”, declarou Zé Luís em nota.
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