
O acordo entrará em vigor na quarta-feira (14) e terá validade de 90 dias. A ideia é que os países encontrem uma solução definitiva durante esse período. EUA e China fecham acordo para suspender tarifaço
Estados Unidos e China fecharam um acordo para suspender o tarifaço.
Os dois países optaram por uma reunião presencial em um território neutro para discutir a guerra tarifária. Foi no mesmo hotel, em Genebra, na Suíça, onde Mikhail Gorbachev e Ronald Reagan se encontraram para tentar frear a corrida armamentista em plena Guerra Fria.
O encontro de agora durou dois dias e teve à frente das delegações de cada país o secretário do Tesouro americano e o vice-primeiro-ministro da China para Políticas Econômicas. China e Estados Unidos concordaram em reduzir as tarifas em 115% pontos percentuais. Com isso, as tarifas americanas às importações chinesas cairão de 145% para 30%, e as sobretaxas chinesas às importações americanas, de 125% para 10%. Alguns itens vão ficar de fora. O presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos manterão as sobretaxas mais altas para veículos, aço, alumínio e produtos farmacêuticos.
O acordo entrará em vigor na quarta-feira (14) e terá validade de 90 dias. A ideia é que os países encontrem uma solução definitiva durante esse período.
Em abril, quando Trump anunciou o tarifaço contra a China e o resto do mundo, a Bolsa de Nova York teve o pior tombo desde 2020. Nesta segunda-feira (12), fechou o dia em alta de 2,81%.
Nas últimas semanas, empresários americanos de diversos setores alertaram a Casa Branca sobre o aumento dos custos de produção e sobre a dificuldade de encontrar substitutos para as importações chinesas. Também avisaram que estava difícil se programar, porque a guerra tarifária causa incerteza para consumidores e empresas.
Lauren Gloudeman é analista de políticas macroeconômicas e financeiras da China na consultoria Eurasia. Na opinião dela, o acordo firmado nesta segunda-feira (12) foi uma vitória para Pequim:
“O documento valida a abordagem da China para lidar com essa postura agressiva dos americanos e com a incerteza sobre os próximos passos de Trump”.
A analista completa:
“Acho mais provável que as negociações levem a alguns acordos de comércio e investimento, mas é improvável que leve a soluções mais definitivas. A realidade é que existe uma desconfiança mútua no centro da relação entre China e Estados Unidos e não acho que o que surgir das negociações pode restaurar qualquer grau de confiança”.
Entenda acordo fechado entre EUA e China para reduzir tarifas em 115 pontos percentuais
Reprodução/TV Globo
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