
Secretário municipal de Educação, Alysson Bestene, informou que aulas perdidas serão repostas e que alunos devem cumprir 200 dias letivos. Calendário com propostas para profissionais da educação serão apresentadas no próximo dia 10. Alunos das escolas municipais de Rio Branco retornaram nesta quinta (5)
Aline Pontes/Rede Amazônica
Após quase duas semanas de greve, as aulas nas escolas da rede municipal de Rio Branco foram retomadas na manhã desta quinta-feira (5). De acordo com secretário municipal de Educação, Alysson Bestene, todas as 85 escolas que estavam paralisadas retornaram.
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👉 Contexto: A Justiça do Acre havia determinado, na noite da última segunda-feira (2), a suspensão da greve dos servidores da Educação Municipal. Na quarta (4), a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Rosana Nascimento, informou que a categoria foi notificada e que os encaminhamentos da greve seriam dados somente após uma reunião feita no mesmo dia.
O secretário informou, nesta quinta, que todos os alunos da rede municipal estão nas escolas recebendo trabalhos pedagógicos que são oferecidos na rede escolar. “O retorno das aulas dentro da prefeitura municipal de Rio Branco foi 100% restabelecido”, disse.
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Alunos das escolas municipais de Rio Branco retornaram nesta quinta (5)
Aline Pontes/Rede Amazônica
Negociações
Sobre as negociações com os grevistas, Bestene explicou que em nenhum momento a prefeitura parou de negociar ou dialogar com a categoria.
“Nós, desde o início, que iniciamos todos esses pedidos para sentar em relação às pautas, às manifestações, tivemos sempre o diálogo aberto. Sentamos por diversas vezes com os sindicatos e agora estabelecemos um calendário de negociação”, informou ele.
O secretário anunciou que há uma comissão permanente para fazer essas negociações. A secretaria de Articulação Institucional de Rio Branco, que é coordenada pelo secretário Jonathan Santiago, estabeleceu um cronograma para que se apresente uma contraproposta, no próximo dia 10, às reivindicações dos profissionais da Educação.
“Isso tem um tempo que a Prefeitura vem fazendo de exercício para apresentar para os servidores, em especial da educação, uma proposta que possa refletir no futuro nos seus salários e assim sucessivamente. Então, há esse calendário para ser cumprido durante essa semana”, anunciou.
Escolas retornam as atividades em Rio Branco após greve
Aline Pontes/Rede Amazônica
Reposição das aulas perdidas
Bestene esclareceu que já há um planejamento para que as aulas perdidas durante a greve sejam repostas, sem que os alunos saiam prejudicados. Ele pontuou ainda que há vários problemas que podem atrapalhar o ano letivo.
“Já vinham sempre com a problemática em relação ao ano letivo se estender de um ano para o outro. Também tivemos desastres ambientais: nós sofremos alagações e tivemos o período da fumaça, que paralisaram as aulas e agora também por conta do movimento da greve”, frisou.
Segundo ele, poderá ser feita uma proposta para que as reposições das aulas aconteçam aos sábados.
“Nós temos o Codep [Colegiado dos Diretores de Escolas Públicas do Acre], que é o que coordena essa direção de todas as escolas, para que a gente readeque esse calendário e as crianças, principalmente, não sofram com conteúdos e fiquem defasados. Ao longo do ano, a gente vai manter o calendário para que se cumpra os 200 dias letivos do ano e elas possam ter todo o aprendizado”, assegurou o secretário.
Alunos das escolas municipais de Rio Branco retornaram as aulas após a greve
Aline Pontes/Rede Amazônica
Volta às aulas
O diretor da escola Anice Dib Jatene, Antônio Torres, explicou que os alunos retornaram as aulas em quantidade normal, apesar de estarem há vários dias sem frequentar a escola.
“A nossa estratégia de trabalhar com os pais é sempre com muita transparência, inclusive, quando foi declarada a greve, nós primeiro reunimos os pais, informamos da decisão e pedimos que ficassem sob aviso e com frequência a gente estava atualizando eles sobre o andamento”, explicou ele.
O diretor da escola pontuou que o lado negativo da greve foi que a categoria não teve uma proposta definida. “Nós esperamos que a qualquer momento, o prefeito decida ouvir a categoria. A comunidade aqui é tranquila, tem sido muito parceira com a gente, compreensiva nesse momento”, complementou.
Alunos das escolas municipais de Rio Branco retornaram as aulas nesta quinta (5)
Aline Pontes/Rede Amazônica
Greve
Os e indicativos de greve iniciaram no dia 6 de maio. Servidores da Seme fizeram um protesto também em frente à prefeitura e cobraram reajuste salarial. Na época, a categoria decidiu que iria se reunir novamente em outra data para decidir se paralisava ou não as atividades.
No dia 16 de maio, os servidores voltaram a protestar por reajuste salarial e melhorias trabalhistas no Centro da capital acreana. As aulas e atividades foram suspensas em diversas escolas por conta do ato.
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Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre
Na época, funcionários de 80 escolas participaram de uma assembleia deliberativa durante o protesto e decidiram entrar em greve a partir do dia 22.
De fato, no dia 22 de maio a greve iniciou. Os servidores decidiram paralisar atividades em pelo menos 70 escolas por melhorias trabalhistas. O Sinteac informou que a greve era por tempo indeterminado.
No dia 27 de maio, os servidores de escolas municipais protestaram em frente à Câmara de Rio Branco. Naquele mesmo dia, o secretário da pasta, Alysson Bestene, falou que a Seme criou uma comissão de negociação para ouvir as reivindicações da categoria.
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Segundo o Sinteac, o intuito dos protesto era de pedirem que os parlamentarem escutassem as reivindicações da categoria. As pautas eram:
Reposição do índice de reajuste do piso do magistério e do índice inflacionário para professores e funcionários;
Auxílio alimentação e saúde de R$ 1 mil;
Cumprimento da hora atividade dos professores;
Reajuste nas gratificações da equipe gestora.
No dia 29 daquele mês, os manifestantes chegaram a fazer uma vigília em frente à prefeitura, em meio à frente fria que atingiu o estado.
Na última sexta-feira (30), uma audiência entre o Sinteac e a gestão municipal, intermediada pelo Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) também acabou sem um acordo.
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Na manhã da última segunda-feira (2), os servidores fizeram uma manifestação em frente à sede da Secretaria Municipal de Educação (Seme), na Avenida Antônio da Rocha Viana. A via chegou a ser fechada em alguns momentos durante o protesto.
A Justiça do Acre determinou, no mesmo dia, a suspensão da greve. A decisão foi assinada pelo desembargador Lois Arruda e atendeu um pedido da prefeitura da capital e estabeleceu multa diária de R$ 50 mil para o caso de descumprimento e ordenava o retorno imediato as atividades escolares.
Após a Justiça determinar a suspensão da greve, a presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, informou que a categoria foi notificada e que os encaminhamentos da greve seriam dados e a previsão, segundo a líder sindical, era de que o movimento grevista se encerrasse em razão da multa diária de R$ 50 mil.
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