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Uma operação conjunta do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério Público do Trabalho resgatou uma mulher de 34 anos submetida a trabalho escravo doméstico por mais de duas décadas, no bairro nobre de Ponta Negra, na cidade de Manaus.
Segundo as investigações, a empregada doméstica chegou aos 12 anos à casa da família exploradora para cuidar de uma idosa, com a promessa de que seria bem tratada e poderia estudar, mas a realidade foi outra.
A empregada foi encontrada trabalhando sem carteira assinada, sem remuneração mínima, com jornadas exaustivas de trabalho e sem condições de viver de maneira independente. Além do trabalho doméstico de uma casa grande, a mulher trabalhava na produção de doces que o seu empregador comercializa na capital amazonense.
Além disso, a vítima prestou serviços para diferentes membros da família por 22 anos em troca de comida, moradia e pagamentos esporádicos em valores irrisórios, “sob argumento de que ela fazia parte da família”, apesar de nunca ter ido à escola e de viver em um quarto sem guarda-roupas, sem ar-condicionado e sem garantia mínimas de higiene e cuidado.
Com o fim da exploração, a mulher retornou ao convívio de familiares biológicos e será indenizada.
Em outra operação realizada na semana passada, uma força-tarefa resgatou, em Aracaju, capital de Sergipe, uma idosa de 66 anos que dedicou mais da metade da vida aos afazeres domésticos de uma família, sem direito a férias, descanso semanal e nem salário.
Segundo o MPT, esse foi o primeiro caso de resgate de trabalho escravo doméstico em Sergipe. As investigações começaram após uma denúncia anônima.
Após cálculo das verbas rescisórias, vítima e empregadores firmaram um Termo de Ajuste de Conduta para pagamento dos valores devidos à trabalhadora idosa. O caso segue em sigilo.
Em 2024, mais de dois mil trabalhadores e trabalhadoras foram resgatados em condições semelhantes à escravidão no Brasil, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. Pelo menos 22 fiscalizações ocorreram no ambiente doméstico e 19 trabalhadores foram resgatados.
Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas sob sigilo por meio do Sistema Ipê, no endereço ipe.sit.trabalho.gov.br.

Direitos Humanos Ela chegou à casa da família com 12 anos para cuidar de idosa Brasília 09/06/2025 – 19:20 Roberto Piza / Fran de Paula Daniella Longuinho – repórter da Rádio Nacional Empregada doméstica trabalho análogo à escravidão segunda-feira, 9 Junho, 2025 – 19:20 2:35