
Lázaro Rodrigues de Souza, de 47 anos, procurou atendimento no Hospital Doutor Sansão Gomes, em Tarauacá, após sentir dores no nariz, foi atendido e liberado para casa. Ele voltou à unidade de saúde, ficou internado e, após três dias, a família encontrou as lavas. Lázaro buscou atendimento médico após sentir incômodo no nariz
Arquivo pessoal
O diarista Lázaro Rodrigues de Souza, de 47 anos, procurou atendimento médico no Hospital Doutor Sansão Gomes, em Tarauacá, interior do Acre, após sentir dores no nariz, foi atendido e liberado para casa. Ele voltou à unidade de saúde, ficou internado e, após três dias, a família descobriu lavas no nariz do diarista.
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Os familiares acusam o hospital de negligência no atendimento. A direção da unidade nega e diz que todas os procedimentos disponíveis na unidade foram feitos. (Entenda abaixo).
Ao g1, a irmã de Lázaro, que pediu para não ter o nome divulgado, disse que o diarista tem um ferimento no nariz há muitos anos. Ele já tinha buscado atendimento médico anteriormente para descobrir o que causou a ferida, contudo, os exames não apontaram nenhuma enfermidade e ele não voltou a procurar ajuda médica.
No final de maio, Lázaro começou a sentir um incomodo no nariz e buscou a unidade de saúde com sangramento nasal. O diarista buscou o hospital no dia 24 de maio, foi atendido, tomou uma injeção e foi liberado para casa.
A equipe médica pediu que fosse realizado um exame de Leishmaniose. O resultado deu negativo para a doença.
“Meu irmão sempre teve uma ferida no nariz, só que há um tempo foram feitos exames e não deu nada. Como ele trabalha muito na zona rural, só foi no hospital no final de semana, o médico atendeu e simplesmente deu uma injeção e mandou pra casa. No domingo [25], ele voltou sentindo muita dor. Claro, com os bichos roendo tudo e estava sangrando muito”, falou.
Ao retornar para o hospital, o diarista ficou em observação e foi internado no dia 27 de maio. Ainda segundo a irmã, a equipe médica não fez nenhuma avaliação no nariz do paciente durante a internação.
As lavas só foram descobertas por outra irmã de Lázaro após ele reclamar de dor. “Ele disse: ‘minha irmã, vê aqui porque não estou aguentando mais, tem alguma coisa’. Foi quando a nossa outra irmã, que estava com ele, pegou a lanterninha do celular e olhou dentro do nariz dele. Ela disse que quase caiu pra trás”, recordou.
A mulher disse que a acompanhante informou à enfermeira sobre problema. O médico foi chamado, avaliou o diarista e fez a retirada das lavas.
Hospital Geral Dr. Sansão Gomes
Arquivo/Secom
Família acusa hospital de negligência
Ao g1, o gerente do hospital de Tarauacá, Carlos Tadeu, explicou que no primeiro momento o médico solicitou o exame de Leishmaniose e pediu que o paciente retornasse com o resultado para dar o diagnostico.
Ele contou ainda que pôr fora não era possível ver ar lavas, que seria necessário um aparelho específico para verificar a cartilagem dentro da narina de Lázaro.
Contudo, para a família houve negligência médica durante o atendimento, tendo em vista a demora na descoberta do problema. “A gente só queria que, da primeira vez que ele foi atendido, tivessem olhado o nariz dele que não teria acontecido o que aconteceu”, lamentou a irmã do diarista.
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O gerente do hospital negou negligência médica. “Na segunda ou na terça, a família me ligou e pedi pro médico ver se tinha alguma coisa no nariz desse senhor. Ele constatou o problema e fez a limpeza. Aqui no hospital foi feito todo o procedimento legal, tudo o que a gente podia fazer aqui, inclusive, o encaminhamento para que tivesse atendimento especializado porque já fugia do nosso alcance essa parte especializada”, relatou.
Após a constatação do problema, Lázaro foi encaminhado ao Hospital do Juruá, em Cruzeiro Sul, cidade vizinha, para dar seguimento ao tratamento. Na unidade de saúde, o diarista ficou cerca de cinco dias internado e recebeu alta para seguir com o tratamento em casa.
Na última quinta-feira (12), o diarista registrou um boletim de ocorrência contra o hospital na delegacia do município.
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