
Por meio do aplicativo, os estudantes dedicam, em média, 1h30 para leitura de livros em São José do Rio Preto (SP). No Elefante Letrado, eles listam a quantidade de livros lidos, e acessam jogos e atividades pedagógicas. Estudantes da Escola Municipal ‘Prof. Amaury de Assis Ferreira’, de Rio Preto (SP), durante leitura em sala de aula com a plataforma Elefante Letrado
Reprodução/TV TEM
A implantação de uma plataforma digital nas escolas municipais de São José do Rio Preto (SP) tornou o hábito da leitura mais prazeroso para os estudantes. Por meio de um aplicativo no celular, eles conseguem listar a quantidade de livros lidos, e acessar jogos e atividades pedagógicas. As crianças que têm maior participação no projeto recebem prêmios e bonificações.
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Adotada em agosto deste ano pelo município, em cooperação com a Secretaria Estadual de Educação, a plataforma digital, denominada Elefante Letrado, oferece uma experiência imersiva, aliando leitura com jogos e atividades pedagógicas interativas. Os alunos podem acessar o aplicativo na escola ou em casa.
O uso da ferramenta tem oferecido resultados significativos. Em três meses, foram registrados 425.857 livros lidos pelos alunos de 44 escolas municipais em São José do Rio Preto, totalizando 31.051 horas de leitura, conforme a Secretaria Municipal de Educação.
Dos poucos mais de 20 mil estudantes cadastrados, 17.674 são considerados leitores ativos no município, com média de 1h30 de leitura por aluno.
Ainda de acordo com o município, os alunos também se engajaram no recurso de audiolivros oferecido pela plataforma. Eles já ouviram 65.241 obras, acumulando 3.260 horas de escuta.
‘Competição’ positiva
Um exemplo é o da Escola Municipal “Prof. Amaury de Assis Ferreira”, onde 520 alunos leram cerca de 25 mil livros, o que significa uma média de 48 títulos por criança. São quase 2.700 horas de leitura.
As obras literárias passaram a fazer parte da rotina de atividades da instituição de ensino. A professora e os alunos selecionam o livro na prateleira digital e, enquanto a leitura é feita, todos prestam a atenção.
Depois, eles seguem para a sala de informática, onde iniciam a dinâmica relacionada ao conteúdo do livro. Cada etapa finalizada é recompensada com pontos, que cada estudante pode usar na plataforma como uma diversão.
Eles conseguem, por exemplo, comprar roupas para vestir o personagem elefante, mascote da plataforma. A bonificação por leitura estimula a atividade e atrai as crianças.
Depois de leitura em sala de aula, alunos da escola Amaury de Assis Ferreira, em Rio Preto (SP), desenvolvem atividades pela plataforma digital Elefanta Letrado, proporcionando mais interação
Reprodução/TV TEM
Em entrevista à TV TEM, a professora Aline Matos da Fonseca comenta que o projeto se tornou uma “competição” positiva entre os estudantes.
“Os alunos gostam muito porque, depois da leitura, eles interagem. Alguns livros têm áudios, alguns têm imagens em movimento, então a leitura é muito interativa. Ficou prazeroso para eles”, diz.
“É muito legal. Eu gosto do livro ‘Curiosidades’, que eu leio bastante. Que eu me lembre, já tenho 8 mil pontos”, conta a estudante Valentina Dornela dos Santos, de nove anos.
“Dá para entrar no Mundo Elefante, dá para comprar roupinha. Tem também um monte de figurinha. Precisa de mil pontos para cada figurinha. Lendo, a gente ganha os pontos”, diz Felipe Rangel Lima da Silva, de oito anos.
A estudante Maria Beatriz Barbosa de Melo, de nove anos, revela que a premiação na plataforma rendeu bons resultados a ela.
“Eu leio livros mais ou menos umas cinco vezes por dia. Assim, já comprei roupa, short, uma coroa e óculos para o personagem”, explica.
Os livros digitais disponíveis no sistema se tornaram companhia para José Miguel Fernandes Feitosa, de nove anos, que nasceu no circo, e, a cada temporada, está em uma cidade diferente. A mudança constante de escola nunca interrompeu o hábito de ler do estudante: “Tenho vários livros lá em casa”, diz.
Apesar de mudar de cidade com frequência por causa da família circense, José Feitosa (à dir.) não interrompe a leitura com a plataforma digital
Reprodução/TV TEM
Experiência prazerosa
Para personalizar a experiência, cada escola escolhe o livro e a fluência de leitura de cada criança. Antes disso, é feito um teste e os alunos podem participar da decisão após acessarem a plataforma.
De acordo com a diretora da escola, Daniela Medeiros, as crianças ficam muito à vontade com a leitura e querem utilizar o aplicativo com frequência. “É uma leitura gostosa, dá bonificações para eles. E isso eleva o ranking de leitura da escola”, afirma.
Escolas da rede municipal de Rio Preto estimulam leitura por meio de projeto
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