Ministro dos transportes anuncia data de implosão de partes da ponte entre TO e MA que ficaram em pé após desabamento


A implosão deve acontecer no dia 2 de fevereiro e a reconstrução da ponte deve ser entregue ainda neste ano. O desastre que deixou 14 pessoas mortas e três desaparecidas completou um mês. Parte da ponte JK que não desabou começa a ser perfurada para receber explosivos
TV Mirante/Reprodução
O Ministro dos Transportes, Renan Filho, informou nesta quinta-feira (23) a data da implosão dos trechos da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ficaram em pé após o desabamento do vão. O anúncio foi feito durante entrevista coletiva no canal do Youtube, CanalGov. A ação está prevista para o dia 2 de fevereiro.
“Nós tivemos o salvamento, com o resgate das vítimas. Agora nós teremos a reconstrução. O primeiro grande ponto é a implosão do remanescente da ponte que será feito no próximo dia 2. Nós vamos reconstruir, vamos entregar a ponte construída ainda neste ano”, disse o Ministro.
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Durante a entrevista, Renan Filho também falou sobre o uso da ponte, que não foi construída para escoar produção.
“A ponte entre Estreito e Aguiarnópolis foi construída em 1964. Aquela ponte não foi construída para escoar produção, ela foi construída para integração nacional. E de lá pra cá o Brasil mudou muito. O Matopiba passou a ser uma das regiões mais produtivas do mundo e a ponte, não dimensionada, no momento em que recebeu três caminhões com grande peso, ela ruiu. O problema é que carregando carga muito pesada não foi paralisada a passagem de veículos pesados. Até que chegou o momento e a ponte colapsou”, explicou.
Ministro dos Transportes Renan Filho anuncia data da implosão de trechos da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira
Reprodução/CanalGov
Desabamento do vão
A ponte caiu no dia 22 de dezembro de 2024, por volta das 14h50. Ao todo 18 pessoas sofreram o acidente, sendo que um homem de 36 anos foi resgatado com vida, 14 morreram e três ainda estão desaparecidas (veja nomes das vítimas abaixo). No desabamento caíram no rio Tocantins três motos, um carro, duas caminhonetes e quatro caminhões, sendo que dois deles carregavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e outro 22 mil litros de defensivos agrícolas.
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda está sendo investigada, de acordo com o órgão. A Polícia Federal também abriu uma investigação para apurar a responsabilidade da queda da estrutura.
Mais de 2 mil veículos passavam por dia na ponte que desabou entre o Tocantins e o Maranhão
O momento em que estrutura cedeu foi registrado pelo vereador Elias Junior (Republicanos). Em entrevista ao g1, ele contou que estava no local para gravar imagens sobre as condições precárias da ponte.
Carro ficou preso em fenda
Um carro ficou preso em uma fenda da ponte, após o desabamento. No veículo prata, preso na fenda, estavam três pessoas: Laís Lucena, o esposo e a cunhada. Ela contou que eles viram veículos desabarem junto com a estrutura. Eles não conseguiram dar ré porque o carro enganchou em uma das rachaduras. Logo depois eles deixaram o carro no local onde está há um mês.
Carro ficou preso em fenda aberta na ponte entre o Tocantins e o Maranhão
Divulgação/@vshenrique
Por causa da demora em retirar o veículo da ponte, a família chegou a notificar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para a remoção ou alternativas para locação de um veículo substituto, mas não houve qualquer resposta por parte da autarquia, segundo a decisão.
Os donos entraram na Justiça Federal para que uma solução fosse tomada e no dia 15 de janeiro o juiz Georgiano Rodrigues Magalhães, da 1ª Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de Imperatriz (MA), deferiu o pedido. O prazo para a retirada é de dez dias.
Vítimas do desabamento
Na terça-feira (24), o corpo de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos, foi encontrado no rio, segundo os bombeiros do Maranhão. Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, com origem em Dom Eliseu, Pará.
Por volta das 9h, também foi achado o corpo de Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas.
Ainda na terça-feira (24), por volta das 11h20, o corpo de Andreia Maria de Souza de 45 anos foi encontrado. Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico.
No domingo (22), o corpo de Lorena Ribeiro Rodrigues de 25 anos foi localizado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que ela é natural de Estreito (MA), mas morava em Aguiarnópolis (TO).
Um homem de 36 anos foi encontrado com vida por moradores e levado ao hospital de Estreito.
Na quarta-feira (25), foram localizados os corpos de Anisio Padilha Soares, de 43 anos, e de Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos.
Na manhã de quinta-feira (26), mergulhadores localizaram dois corpos dentro de um veículo no fundo do rio. Um dos corpos é de Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos, e foi resgatado na sexta-feira (27), após se desprender e aparecer na superfície no rio. O segundo corpo é de Ailson Gomes Carneiro, de 57 anos, e foi resgatado por mergulhadores na manhã de domingo (29).
Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos, teve o corpo foi localizado no final da tarde de quinta-feira (26) fora da área de mergulho, a aproximadamente 16 km do local do desabamento.
Dois corpos foram encontrados dentro de um veículo voyage branco no fundo do rio no domingo (29). As vítimas foram retiradas na noite de terça-feira (31) e identificadas como Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos, e a filha Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos. Elas são esposa e filha do homem que foi resgatado com vida.
Durante as buscas de domingo (29), Beroaldo dos Santos, de 56 anos, foi localizado em uma cabine de um caminhão. A vítima foi retirada da água no fim da manhã de quarta-feira (1º).
Na manhã de sexta-feira (3), o corpo de uma mulher foi encontrado no rio Tocantins. Ela foi identificada como Alessandra do Socorro Ribeiro, de 40 anos, natural de Palmas, no Tocantins. A identificação foi realizada em São Luís por meio de exame de DNA, realizado pelo Instituto de Análise Forense (IGF).
Por volta das 10h25 de sábado (4), o corpo de Marçon Gley Ferreira foi encontrado no rio Tocantins.
Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio
Arte/g1
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