18 municípios do Sertão de PE tiveram mais de 30 dias de calor extremo em 2024; veja mapa


Levantamento exclusivo feito a pedido do g1 mostra que o Salgueiro, no Sertão Central, lidera o ranking com 52 dias de calor extremo. Município de Salgueiro teve 52 dias de calor extremo em 2024
Reprodução / TV Grande Rio
Um levantamento exclusivo feito a pedido do g1 mostra que 18 dos 23 municípios do Sertão de Pernambuco, que fazem parte da área de cobertura do g1 Petrolina e Região, tiveram mais de 30 dias de calor extremo no ano de 2024. Com 52 dias, não consecutivos, Salgueiro foi o local com mais dias quentes na região.
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Com pouco mais de 62 mil habitantes, Salgueiro, no Sertão Central, registrou 39 graus como temperatura máxima em 2024. Essa também foi a máxima em outros 12 municípios da região.
Cabrobó, com 50, Araripina e Petrolina, ambas, com 49, foram os outros municípios sertanejos com mais dias de calor extremo.
Afrânio – 24 dias – 39°
Araripina – 49 dias – 38°
Belém do São Francisco – 48 dias -39°
Bodocó – 42 dias – 39°
Cabrobó – 50 dias – 39°
Cedro – 26 dias – 38°
Dormentes – 30 dias – 39°
Exu – 29 dias – 37 °
Granito – 28 dias – 38°
Ipubi – 45 dias – 28°
Lagoa Grande – 35 dias – 39°
Moreilândia – 23 dias – 37°
Orocó – 48 dias – 39°
Ouricuri – 34 dias – 29°
Parnamirim – 38 dias – 39°
Petrolina – 49 dias – 39°
Salgueiro – 52 dias – 39°
Santa Cruz – 31 dias – 39°
Santa Filomena – 31 dias – 39°
Santa Maria da Boa Vista – 39 dias – 39°
Serrita – 42 dias – 38°
Terra Nova – 44 dias – 38°
Trindade – 41 dias – 38°
Mais de 6 milhões de pessoas enfrentaram calor extremo no Brasil
2024 foi o ano marcado como o mais quente da história da Terra. No Brasil, 111 cidades tiveram mais de cinco meses, que equivalem a 150 dias, ainda que não corridos, sob calor extremo. Isso significa temperaturas que muitas vezes ultrapassaram os 40°C.

Metodologia do levantamento
A análise foi feita a pedido do g1 pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) com dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entenda abaixo como isso foi feito:
🔎 Para cada dia do ano foi calculado um valor limite de temperatura.
🔎 Para isso, foram analisados os dados diários da série histórica entre 2000 e 2024.
🔎 Como resultado, foi constatado o total de dias no ano de 2024 que superaram os valores mais altos vistos na série histórica, o que configura um extremo de calor.
🔎 O índice é o mesmo usado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Por exemplo, segundo os dados, para o mês de novembro, a temperatura em Belém, capital do Pará, é considerada extrema quando é maior que 33,9°C. Neste mês, a cidade registrou temperaturas que superaram essa máxima e chegaram a 37,1°C.
O levantamento considerou informações de 5.571 municípios brasileiros. Pouco mais de 100 ficaram de fora, o que inclui as capitais João Pessoa e Recife. Segundo a pesquisadora do Cemaden Márcia Guedes, que fez parte do levantamento, isso ocorre porque ao coletar os dados do satélite, a resolução não conseguiu alcançar algumas cidades na faixa litorânea.
As altas temperaturas explicam o cenário do Brasil no ano passado:
O país viveu a pior seca da sua história, que afetou todo o território nacional, mas foi mais grave no Norte, deixando rios secos e populações isoladas, sem acesso a serviços básicos;
O Brasil viu queimar mais de 30 milhões de hectares, o que é quase o tamanho da Itália, em 2024. O fogo é reflexo de ação humana, mas a proporção é consequência da falta de umidade, resultado das altas temperaturas.
Houve recorde de dengue: foram mais de 6 milhões de casos da doença, que é favorecida pelo calor.
Pela primeira vez, especialistas identificaram uma região de clima árido no Brasil.
Os estados mais afetados foram Pará, Ceará, Tocantins, Minas Gerais, Alagoas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maranhão.
O ano de 2024 deixou um alerta para o país: temperaturas extremas não são um evento isolado, mas parte de uma tendência que exige atenção e ação para mitigar seus impactos.
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