
Brenda Lima de Oliveira tinha 20 anos e estava acompanhada do namorado. A menina morreu no local e o companheiro sobreviveu. Crime foi em 2018. Brenda Lima tinha 20 anos quando foi assassinada em Poá.
Sueli Lima/Arquivo Pessoal
O júri popular do policial militar Johnatas Almeida Lima e Lima, acusado do homicídio de Brenda Lima de Oliveira, é realizado no Fórum de Poá, nesta segunda-feira (9).
O caso aconteceu em 2 de junho de 2018, e na época, a vítima tinha apenas 20 anos. A jovem estava acompanhada do namorado quando foram baleados. O namorado sobreviveu. Eles visitaram uma casa no Jardim Madre Ângela onde pretendiam morar. O imóvel fica na rua em que o policial morava.
Quando deixavam a rua, de moto, foram atingidos por um disparo de arma de fogo, segundo a polícia, efetuado pelo policial militar Johnatas Almeida Lima e Lima. O disparo teria sido efetuado da casa do policial.
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O júri é composto por sete jurados e quatro testemunhas de acusação. Entre as pessoas que serão ouvidas nesta segunda-feira está o namorado de Brenda na época, o policial militar que atendeu a ocorrência, um investigador e a mãe da jovem, Sueli Lima. O réu também será ouvido.
Espera longa
A mãe de Brenda, Sueli Lima, quer Justiça pela filha. Ela diz estar confiante na condenação do réu. “Foram sete anos pedindo pra Deus pra fazer Justiça pela minha filha. E esse momento chegou depois de tanto tempo”, disse.
Os momentos que antecederam a audiência foram de muita aflição. A vítima era filha única. Uma ferida que dificilmente será cicatrizada.
“A minha expectativa é que o policial seja julgado e condenado. São sete anos de dor, de sofrimento, um sentimento de impunidade, porque se passaram tanto tempo e o policial continua solto, vivendo a vida dele. Enquanto ele tirou a vida da minha única filha. Uma revolta muito grande. A Justiça desse nosso país é muito falha”, desabafa.
Para o advogado da família de Brenda, Marco Antônio Pereira da Silva não há argumentos que sustente que o acusado agiu por legítima defesa. “Houve um assassinato. Um tiro pelas costas da vítima. Não há que se falar em legítima defesa. Minha expectativa é que o jurado consiga entender que houve uma atitude covarde que impossibilitou qualquer defesa das vítimas” .
Embora o processo tenha sido longo, ele acredita que o período foi capaz de juntar todos as provas para levar ao julgamento. “Foi capaz de instruir os autos com todas as provas necessárias para levar ao julgamento com muitas chances de condenação do policial que cometeu o ato criminoso. Não se trata de vingança ou de busca sem sentido de uma pena, mas simplesmente de que a Justiça seja aplicada”, analisou o advogado, que também representa a vítima sobrevivente.
O crime
Na noite do crime, Brenda e o namorado haviam ido visitar uma casa. O imóvel fica na rua em que o policial morava, no Jardim Madre Ângela. Eles pretendiam alugar o imóvel para morar juntos.
Quando deixavam a rua, de moto, foram atingidos por um disparo de arma de fogo, segundo a polícia, efetuado pelo policial militar Johnatas Almeida Lima e Lima da casa onde ele morava.
A jovem morreu no local do crime. O namorado, ferido pelo mesmo disparo, foi socorrido e recebeu alta. O caso gerou revolta entre os moradores de Poá, que protestaram e queimaram ônibus na cidade.
Na ocasião, o acusado alegou que estava sendo ameaçado desde que uma operação prendeu suspeitos em um condomínio perto de sua casa.
O PM disse que um casal estava rodeando a casa e chegou a ficar sentado num banco, em frente ao imóvel. O policial ainda relatou ter ouvido no mesmo dia gritos de “vai morrer policial cagueta”.
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