No Paraná, Tribunal do Júri condena a 20 anos de prisão o ex-policial penal que matou um ex-tesoureiro do PT


Os jurados concordaram com o Ministério Público de que o crime foi cometido por motivação política. Jorge Guaranho vai cumprir a pena em regime fechado. Ex-policial penal é condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato de tesoureiro do PT
Em Curitiba, o Tribunal do Júri condenou a 20 anos de prisão o ex-policial penal Jorge Guaranho, que assassinou o ex-tesoureiro do PT Marcelo Arruda.
A sentença saiu no início da tarde desta quinta-feira (13), no terceiro dia de julgamento. O ex-policial penal Jorge Guaranho foi condenado por homicídio duplamente qualificado – motivo fútil, por divergências políticas – e perigo comum, porque expôs a outras pessoas a risco. A pena foi de 20 anos de prisão.
“Deve o acusado ser recolhido a um estabelecimento prisional respectivo para início imediato do cumprimento da pena”, disse Mychelle Pacheco Cintra Stadler, juíza do Tribunal do Juri de Curitiba.
No Paraná, Tribunal do Júri condena a 20 anos de prisão o ex-policial penal que matou um ex-tesoureiro do PT
Jornal Nacional/ Reprodução
O crime foi em dia 9 de julho de 2022. O guarda municipal e ex-tesoureiro do PT Marcelo Arruda comemorava 50 anos em Foz do Iguaçu. O tema da festa era o Partido dos Trabalhadores e Lula. Guaranho invadiu o evento de carro. Na quarta-feira (12), aos jurados, confirmou ter dito palavras de apoio ao então presidente Jair Bolsonaro. Os dois discutiram. Marcelo jogou um punhado de terra contra Guaranho. A mulher e o filho dele estavam no carro.
Dez minutos depois, Guaranho voltou sozinho à festa, sacou a arma e atirou contra Marcelo. Já no chão, ele reagiu, também a tiros. Ferido, Guaranho foi agredido por convidados. Os dois foram socorridos, mas Marcelo morreu na madrugada. Deixou a companheira e quatro filhos.
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Jornal Nacional/ Reprodução
A defesa sustentou que o ex-policial penal agiu em legítima defesa, mas os jurados concordaram com o Ministério Público de que houve motivação política.
“Essa decisão reafirma o Estado Democrático de Direito, um Estado que não admite que alguém seja agredido, que alguém seja assassinado unicamente por divergências ideológicas, sejam elas quais forem”, afirmou o promotor de Justiça Lucas Cavini Leonardi.
O julgamento já havia sido adiado por três vezes e foi transferido para Curitiba após pedido da defesa de Jorge Guaranho, que alegou que em Foz, onde o crime aconteceu, os jurados poderiam decidir com parcialidade. O ex-policial penal estava em prisão preventiva domiciliar. Condenado, foi direto para o Complexo Médico Penal. A defesa afirmou que vai recorrer e pedir que ele volte a cumprir a pena em casa porque Guaranho ficou com sequelas.
“O estado de saúde dele, a ausência de condições do Depen de permitir o tratamento das patologias dele, no fluir do cumprimento da cautelar, persiste até hoje”, diz Ercio Quaresma, advogado de Jorge Guaranho.
A família de Marcelo Arruda acompanhou todo o julgamento.
“Hoje, nós vamos sair daqui sem o Marcelo, mas com a justiça e sabendo que a justiça existe, e a verdade prevaleceu”, diz Pâmela Silva, ex-companheira de Marcelo Arruda.
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