Despedida de Cacá Diegues reúne parentes e artistas de diversas gerações


O corpo do cineasta foi velado, neste sábado (15), na Academia Brasileira de Letras, no Rio. O cineasta brasileiro Cacá Diegues.
JN
O corpo do cineasta Cacá Diegues foi velado, neste sábado (15), na Academia Brasileira de Letras, no Rio.
Amigos que testemunharam o trabalho cotidiano de alguém que pensava e amava o Brasil.
“Domingo passado, ele estava na minha casa dando uma entrevista para mim. O Cacá era um trabalhador incansável. De nós todos, era o que mais produziu, que mais fez coisa. Ele sempre foi uma pessoa ligada nas duas cidades, tentar juntar uma coisa só”, diz o diretor Zelito Viana.
“Foi um cara que olhou para a favela com um olhar de amor. Ele resolveu dar voz para a gente e foi a coisa mais linda do mundo”, destaca o ator Babu Santana.
Artistas que ele ajudou a consagrar.
“Meu encontro com o Cacá, minha amizade com ele, foi um divisor de águas na minha vida. Porque a gente fez um filme que estourou no mundo. Então minha vida mudou”, afirma a atriz Zezé Motta.
“Quando Cacá me chama, em 1963, para fazer “Ganga Zumba”, é ser protagonista da história que o Brasil tenta esconder acanhadamente. Então se tira debaixo do tapete e escancara a história do Brasil através de Palmares”, comenta o ator Antônio Pitanga.
A despedida de Cacá Diegues reuniu parentes e artistas de diversas gerações. Ele morreu na sexta-feira (14) aos 84 anos.
O velório foi na Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira número sete.
“É uma vida extraordinária. Dá muito sentido a essa ideia da imortalidade que a vida acadêmica trouxe pra ele”, destaca o cantor e compositor, Gilberto Gil.
Amigos e colegas de trabalho falaram das diversas facetas de Cacá Diegues – pensador, cineasta, diretor, produtor, escritor… Mas de uma em especial: a crença dele no povo brasileiro. Mensagem que ele traz em um filme que está sendo finalizado “Deus Ainda é Brasileiro”.
“Todos os filmes do Cacá falam de esperança. Depois de um período muito difícil da vida brasileira, reafirmar que “Deus Ainda é Brasileiro” era a maneira dele intervir no debate público”, diz o jornalista Pedro Bial.
“Conservamos uma grande amizade de vida toda. Então hoje eu acordei e disse: ‘Não tem mais Cacá.’ O meu coração tá com um vazio que eu não sei o que falar”, comenta a atriz Betty Faria.
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