Sorocabano está em grupo denunciado pela PGR na trama golpista de Bolsonaro


Filipe Martins foi assessor especial para assuntos internacionais da presidência da República. Ele é apontado como responsável por entregar a Bolsonaro a minuta do golpe. Ex-assessor nasceu em Sorocaba e morou em Votorantim (SP). Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro e indiciado em investigação sobre golpe
Instagram/Reprodução
O sorocabano Filipe Martins é um dos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado. Ao todo, a PGR denunciou 34 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Martins foi assessor especial para assuntos internacionais da presidência da República. A nomeação foi divulgada no Diário Oficial da União em janeiro de 2019, logo no início do governo Bolsonaro. No cargo, Filipe atuava como intermediário entre o ex-presidente e o Ministério das Relações Exteriores.
Segundo a PGR, ele foi apontado pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid como o responsável por entregar a Bolsonaro a minuta de um documento que previa a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a realização de novas eleições no país – medidas que não tinham amparo constitucional e, na prática, representariam um golpe de Estado.
Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro
Reprodução/Twitter
Martins teria recebido assessoria jurídica de um professor de direito administrativo e constitucional na elaboração do documento. De acordo com a denúncia, Bolsonaro recebeu o documento das mãos de Filipe Martins, leu e pediu alterações na ordem do texto, decidindo manter apenas a prisão de Moraes e a convocação de um novo pleito eleitoral.
Filipe Martins ficou preso por seis meses, em 2024, a pedido da Polícia Federal, também por causa dessa investigação.
A TV TEM tentou contato com a defesa de Filipe Martins, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
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Investigado por gesto racista
Em junho de 2021, Filipe Martins foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal por um gesto feito por ele em uma sessão no Senado, em março daquele ano.
O sinal similiar ao de “OK”, feito pelo ex-assessor, é usado por grupos extremistas e foi classificado como “uma verdadeira expressão da supremacia branca” pela Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês), organização dos Estados Unidos que monitora crimes de ódio.
Assessor especial de Bolsonaro, Filipe Martins (ao fundo), faz gesto com a mão durante sessão do Senado
Reprodução/TV Senado
Segundo o MPF, Martins “agiu de forma intencional e tinha consciência do conteúdo, do significado e da ilicitude do seu gesto”.
Ainda de acordo com o MPF, Martins teria um “histórico de menções a símbolos de extrema-direita”. Clique aqui para ver os casos.
Martins era da chamada “ala ideológica” do governo, ligado ao escritor Olavo de Carvalho, e também é de confiança dos filhos de Bolsonaro. Na época, embora o Palácio do Planalto tenha considerado a exoneração do exoneração do assessor, ele continuou no cargo.
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