Justiça concede liberdade para suspeita de desviar R$ 530 mil de empresa após bloqueio das contas bancárias


A funcionária Iomayra Oliveira foi presa em flagrante no dia 20 de março e deixou a cadeia após uma semana na Unidade Penal Feminina de Palmas. A defesa da investigada diz que as alegações feitas são precipitadas e desproporcionais aos fatos. Iomayra Oliveira dos Santos (de laranja) durante audiência de custódia
Reprodução
Iomayra Oliveira dos Santos, de 36 anos, deixou a cadeia feminina após ser presa suspeita de furtar a empresa onde trabalhava em Palmas. Ela teria fraudado boletos e desviado mais de R$ 530 mil. O dinheiro estaria sendo encaminhado para a conta bancária de uma empresa que está no nome dela. Imagens de câmeras de segurança do local onde a investigada trabalhava flagraram o momento em que ela foi presa. (Veja no vídeo abaixo)
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Conforme o alvará de soltura, a liberdade provisória seria concedida mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 100 mil ou bloqueio de bens e valores da suspeita. Na última terça-feira (25), a Justiça determinou o bloqueio de R$ 530 mil das contas bancárias dela. A decisão foi assinada pelo juiz substituto Luiz Zilmar dos Santos Pires, da 3ª Vara Criminal de Palmas.
A advogada Laura Gondim, informou que Iomayra já saiu da Unidade Penal Feminina e que as alegações feitas são precipitadas e desproporcionais aos fatos e que todos os esclarecimentos necessários serão apresentados. A defesa ainda afirmou que confia nas instituições responsáveis e se coloca à disposição para colaborar com o inquérito (veja nota completa abaixo).
Segundo o pedido do Ministério Público à Justiça, Iomayra possui um negócio no ramo alimentício que estaria sendo usado para receber o dinheiro furtado da empresa onde trabalhava. E por isso seria necessário o bloqueio de bens, que inicialmente foi feito apenas para conta bancária de pessoa física.
Iomayra foi presa em flagrante na última quinta-feira (20). A patroa dela descobriu o esquema quando a funcionária faltou um dia de trabalho. Ao checar as contas identificou o adiantamento no pagamento de boletos e que esses mesmos documentos eram pagos em datas diferentes, no dia do vencimento.
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Conforme a polícia, a suspeita trabalhava na empresa desde julho de 2024 como assistente financeira e atuava diretamente no pagamento de fornecedores. Pelo cargo que desempenhava, a mulher recebia um salário de R$ 1,5 mil, mas ostentava uma vida de luxo. Segundo o delegado Evaldo Gomes, a suspeita havia cumulado capitais e andava com carros importados novos.
“Ela vinha ostentando traços externos de riqueza, tendo um padrão de vida bem superior aos ganhos, tendo em vista que ela é assalariada com rendimento possível de R$ 1,5 mil por mês, e mesmo assim andava com carros importados novos, tinha mais de um imóvel, sempre viajava, gastava muito dinheiro com festas, tinha eletrodomésticos caros, eletroeletrônicos e estava acumulando capital”, explicou.
‘Veio trabalhar como se nada tivesse acontecido’
Assistente abraçou a chefe quando chegou à empresa, pouco antes da prisão
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O momento da prisão de Iomayra foi registrado pelas câmeras de segurança. No dia, ela chega no escritório e cumprimenta a chefe com um abraço. Em seguida, os policiais chegam no local.
“Eu falei não é possível. Foi terrível! A coisa que eu mais precisava que acontecesse era que ela viesse trabalhar na quinta-feira [dia da prisão]. Ela veio trabalhar como se nada tivesse acontecido. Ela tinha acesso de criar um boleto, ela poderia pôr para qualquer um o pagador, então ela forjava o boleto com as informações que eram necessárias. E ela colocava isso junto com a nota fiscal”, disse a dona da empresa, Luciana Borges.
Depois da prisão, a suspeita passou por audiência de custódia onde teve o pedido para responder em liberdade negado pelo juiz. A defesa manifestou pela soltura com o uso da tornozeleira. Na sessão, ela chega a afirmar que se comprometeria a não retirar o dinheiros das contas pessoais.
“Por favor, excelência, meu celular está todo bloqueado. Eu faço esse compromisso [de não mexer no dinheiro]”, comentou a investigada durante a audiência, acompanhada da defesa.
Íntegra da nota da defesa de Iomayra Oliveira
Diante das acusações que ensejaram a prisão da Iomayra, a defesa esclarece que as alegações feitas são precipitadas e desproporcionais aos fatos, o que se atesta através da liberdade provisória concedida. Reforçamos nosso compromisso com a verdade e com a justiça, confiando que, no momento oportuno, todos os esclarecimentos necessários serão apresentados, e a realidade dos fatos será exposta.
Pedimos cautela na disseminação de informações, evitando julgamentos prematuros que possam comprometer a correta apuração dos fatos e a contaminação das investigações. Confiamos nas instituições responsáveis e reafirmamos nossa total disposição para colaborar com o deslinde do inquérito.
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