Sem nova proposta terapêutica e ainda com dor incapacitante, jovem com ‘pior dor do mundo’ receberá alta hospitalar em MG


Carolina Arruda está internada na Santa Casa de Alfenas. No fim de julho, ela implantou eletrodos para bloquear a passagem da dor até o cérebro. Em agosto, ela implantou uma bomba de analgésicos no abdômen. A jovem Carolina Arruda, que tem neuralgia do trigêmeo, irá receber alta hospitalar nesta sexta-feira (30). Segundo a Clínica da Dor da Santa Casa de Alfenas, não há novos tratamentos a curto prazo que justifiquem a continuidade da internação. Carolina ainda relata sentir dores incapacitantes.
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No fim de julho, a jovem implantou eletrodos na base do crânio e na medula para bloquear a transmissão nervosa da “pior dor do mundo”. Já em agosto, ela implantou uma bomba de analgésicos abdômen para aliviar a dor da neuralgia do trigêmio.
Ainda de acordo com a nota enviada pelo hospital, Carolina teve uma melhora da dor persistente durante o tratamento, com maior estabilidade e redução do número e duração das crises.
Bomba de analgésicos será a última tentativa de tratamento para aliviar a ‘pior dor do mundo’ em jovem
Carolina Arruda/Arquivo Pessoal
No entanto, segundo o hospital, a paciente ainda relata dor incapacitante, “o que gera a necessidade de se ampliar as opções terapêuticas e manter atenção permanente ao caso”.
“Após uma reavaliação detalhada da proposta terapêutica, foi decidido, em conjunto com a paciente, que a cirurgia de microdescompressão vascular seria demasiadamente arriscada, dado que se trata de uma área já operada previamente e a primeira cirurgia não apresentou resultados satisfatórios. Além disso, a paciente expressou sua decisão de não realizar a cirurgia de nucleotractomia trigeminal”, diz a nota.
O hospital informou que não há uma nova proposta terapêutica para Carolina e o foco continuará sendo o manejo conservador da dor com as terapias atuais, incluindo ajustes de medicações, parâmetros de neuromodulação e doses dos medicamentos na infusão intratecal.
“Além do manejo físico da dor, Carolina está sendo acompanhada por nossa equipe multiprofissional, com ênfase no suporte psicológico, para ajudar a lidar melhor com os aspectos psicoemocionais e traumas relatados pela própria paciente em suas redes sociais, que influenciam negativamente na percepção e no controle da dor, impactando também os resultados terapêuticos.”
Ainda de acordo com o hospital, a proposta terapêutica poderá ser revisada nos próximos meses, após melhora das condições clínicas e psicoemocionais da paciente.
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Carolina Arruda, de 27 anos, é natural de São Lourenço, no Sul de Minas, e mora em Bambuí, no Centro-Oeste. Ela é estudante de medicina veterinária, casada há três anos e mãe de uma menina de 10 anos. A jovem começou a sentir as dores aos 16 anos, quando estava grávida e se recuperava de dengue.
A dor e o desgaste de Carolina com a doença são tão intensos, que fizeram ela tomar a decisão para pôr fim ao sofrimento. Ela iniciou uma campanha na internet para conseguir recursos financeiros e ser submetida ao suicídio assistido na Suíça.
Carolina Arruda tem 27 anos quer ser submetida à eutanásia na Suíça
Carolina Arruda/Divulgação
Carolina foi internada no dia 8 de julho na Santa Casa de Alfenas. Nesta primeira internação, a estudante ficou no hospital durante duas semanas. No dia 22 de julho, após receber uma alta temporária, ela relatou ter notado redução na frequência e duração das crises de dor.
A jovem voltou a ser internada na sexta-feira (26) para realizar os cuidados pré-operatórios referentes ao implante de eletrodos. A cirurgia, realizada no sábado (27), foi considerada bem sucedida. Os cuidados pós-operatórios envolvem usar um colar cervical e ficar sem falar por pelo menos cinco dias.
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