Movimentos sociais ocupam antiga sede do Dops em BH para cobrar memorial: ‘Ditadura, nunca mais’


Edifício que abrigou centro de repressão militar foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). Projeto lançado em 2018 para transformar espaço em memorial de direitos humanos não foi concluído. Manifestantes ocupam antiga sede do Dops em Belo Horizonte
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Movimentos sociais ocuparam, durante a madrugada desta terça-feira (1º), a sede do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), na Avenida Afonso, em Belo Horizonte. O edifício abrigou um dos principais centros de repressão da ditadura militar, entre 1964 e 1985.
Os manifestantes participaram do protesto para exigir que o prédio, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) em 2016, seja transformado no Memorial dos Direitos Humanos Casa da Liberdade.
O projeto foi lançado pelo governo do estado, em 2018, para homenagear os mortos, desaparecidos e presos políticos que lutaram contra o regime ditatorial, mas não foi concluído.
Segundo os organizadores do ato “Ditadura, nunca mais”, as reivindicações são:
Imediata abertura do Memorial dos Direitos Humanos.
Destinação de recursos para a conclusão das obras.
Inclusão dos movimentos sociais na gestão do espaço até a abertura definitiva do memorial.
Punição dos torturadores da ditadura e prisão imediata dos golpistas do 8 de janeiro.
Defesa da memória dos mortos e desaparecidos da ditadura.
O g1 procurou o governo do estado para um posicionamento, porém não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Tombamento e memorial
Celas de carceragem para onde os opositores do regime eram levados e torturados.
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O antigo prédio do Dops foi projetado pelo arquiteto Hélio Ferreira Pinto, em 1958, com uma fachada vinculada ao modernismo. Composto por quatro andares, o primeiro deles, semienterrado, abriga as celas de carceragem para onde os opositores do regime eram levados e torturados.
Segundo o Iepha, o tombamento do edifício, em 2016, foi proposto no contexto da preservação da memória das violações dos direitos humanos cometidas durante a ditadura e do reconhecimento pelo estado de Minas Gerais do valor histórico de documentos e lugares relacionados à atuação da polícia política.
Em 2018, sob a gestão de Fernando Pimentel (PT), o governo do estado lançou o projeto do Memorial dos Direitos Humanos Casa Liberdade. À época, uma reportagem da TV Globo mostrou uma visita guiada ao espaço, que já estava com as obras em processo de licitação (veja abaixo).
Prédio do antigo DOPS recebe estudantes para visitação
Dops em Belo Horizonte
Reprodução/TV Globo
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