‘Ela não aguentava mais o relacionamento abusivo’, diz pai de mulher morta com golpes de canivete em Teresina; ex está preso pelo crime


O ex-companheiro da mulher, Pedro Rocha Pereira, se entregou à polícia após o crime e teve a prisão convertida em preventiva no domingo (6). Gisele Maria Pinheiro Pereira foi morta no dia anterior, sábado (5). Família de Gisele Maria, vítima de feminicídio, pede Justiça
“Ela não aguentava mais o relacionamento abusivo, por isso foi morar sozinha”, foi o que disse Antônio de Sousa Pereira, pai de Gisele Maria Pinheiro Pereira, assassinada com golpes de canivete, no último sábado (5), dentro do próprio apartamento em um condomínio no residencial Tancredo Neves, Zona Sudeste de Teresina. O ex-companheiro da vítima, Pedro Rocha Pereira, está preso pelo crime.
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Segundo Antônio, a filha e o suspeito se conheceram há cerca de três anos, iniciaram um namoro e logo foram morar juntos no apartamento de Pedro. O pai da vítima relatou que o relacionamento entre o casal sempre foi conflituoso.
“Minha filha tinha problemas psicológicos. Ela vinha sofrendo abusos e ameaças e isso afetou ainda mais o psicológico dela. Como ela gostava muito dele, ele abusava dessa fragilidade que ela tinha [por gostar dele]”, iniciou o pai.
O pai da vítima destacou ainda que Gisele decidiu morar sozinha após não suportar mais as ameaças e agressões do então companheiro.
“Ela insistiu no relacionamento, mas chegou um momento em que ela não tinha mais condições e decidiu se afastar, pois não aguentava mais o relacionamento abusivo. Aí ela alugou um apartamento e foi morar sozinha”, contou Antônio.
Suspeito já agrediu vítima na casa dos pais dela
Gisele Maria Pinheiro Pereira, de 33 anos, foi morta com golpes de canivete em Teresina
Reprodução
Ainda segundo Antônio, os familiares não aprovavam o comportamento de Pedro e pediam para Gisele tomar cuidado. O homem declarou que Pedro chegou a ameaçá-la e agredi-la na residência onde ele e a esposa vivem.
“A gente presenciava na nossa própria residência agressões morais, psicológicas e físicas”, completou o pai da vítima.
Suspeito e vítima haviam discutido na data do crime
Segundo a delegada Camila Macedo, plantonista da Central de Flagrantes de Teresina, Gisele Maria Pinheiro Pereira e Pedro Rocha Pereira estavam separados há 15 dias. Ele dormiu no apartamento da vítima na noite de sexta-feira (4) e, no sábado (5), viu algumas mensagens no celular dela.
“Eles tiveram uma discussão pela manhã, por conta de ciúmes, e foram trabalhar. Ele retornou à casa dela, por volta das 12h30, a pretexto de buscar alguns pertences, mas chegou com um canivete. A gente acredita em um crime premeditado”, afirmou a delegada.
O corpo de Gisele foi encontrado pela perícia criminal com cerca de 20 perfurações no tórax, no pescoço e nas costas. A arma do crime, um canivete, estava embaixo de um sofá do apartamento.
A TV Clube apurou que o suspeito, após matar a vítima, ligou para um familiar, sargento da Polícia Militar do Piauí (PMPI), e confessou o crime.
Uma equipe do 8º Batalhão da Polícia Militar (BPM) chegou ao local, prendeu o homem e o levou à Central de Flagrantes de Teresina, onde ele prestou depoimento à delegada de plantão.
Prisão de suspeito foi convertida em preventiva
Mulher é morta a facadas em apartamento; ex-companheiro se entrega à polícia
Isabela Leal/TV Clube
O Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) converteu, no domingo (6), a prisão em flagrante de Pedro Rocha Pereira e Farias, de 23 anos, pelo assassinato da ex-mulher dele, Gisele Maria Pinheiro Pereira, de 33 anos, morta com golpes de canivete, em preventiva. O g1 não conseguiu contato com a defesa dele
O homem passou por audiência de custódia e o juiz Sandro Francisco Rodrigues, que presidiu a sessão, citou o relatório policial no qual Pedro teria confessado o crime.
Em seguida, o magistrado se baseou na confissão do homem para decretar a prisão preventiva. “O próprio custodiado confirma ter praticado o fato contra a vítima, salientando ter praticado após olhar o celular da vítima”, citou na decisão.
“Narrou ter ido ao trabalho chateado, após ter visto as mensagens e, por volta das 11h, mandou mensagem à vítima para marcarem um encontro no apartamento dela, alegando que precisava pegar um chinelo”, continuou.
“Que às 13h, a vítima abriu a porta para o declarante entrar. Antes de ir embora, foi até o quarto em que a vítima estava, tendo início uma briga. Durante a briga, sacou o canivete que estava no bolso e desferiu vários golpes na vítima”, prosseguiu.
O juiz justificou a prisão preventiva como manutenção da ordem pública e devido à gravidade do crime, “o que evidencia a periculosidade do agente”.
“Salienta-se, conforme relatos do próprio agente, foi a esse encontro portando arma, sendo indicativo de que já havia planejado a vingança, executando-a com extrema violência, demonstrando a suposta intensidade do dolo de matar aplicando diversos golpes”, concluiu.
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