
Cubatão (SP) já teve poluição atmosférica dez vezes maior que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ações voltadas à valorização das árvores e do meio ambiente, transformaram esse cenário. Autoridades e representantes da Arbor Day Foundation, participaram da entrega do selo Cidade Verde para Cubatão (SP).
Divulgação/Prefeitura de Cubatão
O município de Cubatão (SP), que já foi popularmente conhecido como “Vale da Morte” por conta da poluição industrial, recebeu o selo de Cidade Verde, “Tree Cities Of The World”, entregue por representantes da Arbor Day Foundation, entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Coordenado pela Food and Agriculture Organization (FAO), agência da ONU para Alimentação e Agricultura, o selo é concedido às cidades que adotam práticas de manejo de florestas naturais e urbanas na promoção da qualidade de vida para a população.
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A cerimônia aconteceu na quarta-feira (16), no Parque Caminhos do Mar. Na oportunidade, representantes da Arbor Day estiveram presentes para entregar o certificado. Autoridades e sociedade civil ligada à causa ambiental também participaram da ação.
Apenas 34 cidades brasileiros foram reconhecidas desta forma e 12 delas estão no estado de São Paulo. Cubatão é a única da Baixada Santista com o selo.
De “Vale da Morte” a “Vale da Vida”
O reconhecimento revela a transformação do município, que no passado chegou a ser conhecido popularmente como “Vale da Morte” e pela ONU como a cidade mais poluída do mundo.
O contato com os poluentes resultou em inúmeros casos de mortes por doenças respiratórias e anencefalia, que é uma condição que impede o desenvolvimento do cérebro e crânio de bebês.
No entanto, um incêndio de grandes proporções, que matou 93 pessoas na Vila Socó, em 1984, mudou o cenário.
Cleiton Jordão, secretário de Meio Ambiente, Segurança Climática e Bem-estar Animal, destacou essa evolução. “O município evoluiu de um ‘cenário cinza’ para uma ‘Cidade Verde’, um feito de alcance mundial”, afirmou ele, por meio de nota.
À esquerda, ultrassonografia de bebê com anencefalia (imagem ilustrativa). À direita, Vila Parisi na década de 80.
Flávio Antunes/g1 e Arquivo A Tribuna
Critérios
O professor Maurício Lamano Ferreira, representante da Arbor Day Foundation e professor da Universidade de São Paulo (USP), foi o responsável pela indicação ao programa. Segundo ele, cinco requisitos devem ser preenchidos para receber o selo:
Equipe responsável pela gestão de áreas verdes;
Leis de proteção às árvores;
Registro com dados sobre as árvores;
Destinação de recursos para manejo;
Promover atividades que celebrem a importância das árvores.
“Cubatão sempre foi um exemplo emblemático nos estudos sobre arborização urbana. A cidade implementou ações exemplares que contribuíram para a recuperação do passivo ambiental”, reforçou Ferreira.
Por meio de nota, o prefeito César Nascimento (PSD) demonstrou satisfação com o título. “O selo de ‘Cidade Verde do Mundo’ é a ratificação de que Cubatão está no rumo certo, de que realmente é o Vale da Vida”, complementou.
Iniciativas como o plantio de novas mudas de árvores em Cubatão foram essenciais para garantir o selo.
Prefeitura de Cubatão
‘Cidade Verde’
Diversas iniciativas contribuíram para a conquista do selo, como a implementação do Plano Municipal de Arborização Urbana e compensações ecológicas com plantio de árvores nativas.
Além disso, projetos habitacionais com enfoque na recuperação de áreas verdes e preservação de manguezais e áreas de restinga também foram aplicados.
Imagem aérea do polo industrial de Cubatão (SP)
Arquivo A Tribuna
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