
Nos dois últimos episódios da série Minha Fé exibida pela TV Clube na Semana Santa de 2025, o repórter Dennis Arias mostrou os cultos evangélicos e as cerimônias de religiões de matriz africana. ‘Minha fé’: série mostra ligação entre o céu e os guias espirituais através dos orixás; e os fluidos de cura do espiritismo
Gabriel Vinicius da Silva Santos/Arquivo pessoal
Nesta sexta-feira (18) a TV Clube exibiu o último episódio da série Minha Fé, que reúne praticantes e depoimentos de pessoas que vivem através da fé. O repórter Dennis Arias mostrou nos dois últimos episódios a ligação entre o céu e os guias espirituais através dos orixás; e os fluidos de cura do espiritismo.
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A produção foi exibida nos telejornais da TV Clube do dia 14 até 18 de abril de 2025, durante a Semana Santa. Ao longo dos episódios, o público conhece diferentes tradições religiosas e experiências. Todos os episódios estão disponíveis neste link.
A fé nos orixás
‘Minha Fé’: a relação com os Orixás e as curas no terreiro sagrado
O episódio sobre a Umbanda e o Candomblé explica como essas religiões são interligadas e formam uma ligação entre o céu e os guias espirituais.
Nas duas doutrinas o culto as divindades, os orixás, ganha um sentido para explicar as dores e dificuldades enfrentadas no dia a dia:
Através de Xangô, a justiça;
de Iansã, a tempestade que faz a vida tomar o novo rumo;
de Oxum, a rainha das cachoeiras, veio o ouro para a riqueza;
ara enfrentar desafios, Ogum;
Iemanjá, a mãe de todos os orixás, traz a fertilidade;
e Oxóssi traz das matas prosperidade e proteção para o trabalho.
Conforme a história, a religião começou como uma alternativa para os escravos africanos, que eram proibidos de expressar sua fé dentro das senzalas. A ideia do Candomblé e Umbanda se misturam. As duas religiões são de raiz africana, mas a Umbanda é originária do Brasil e trabalha com a incorporação de espíritos que servem como orientadores aos visitantes. No Candomblé acontece uso de búzios e culto aos ancestrais.
“O Orixá é a própria natureza, porém nós, que somos umbandista, nós trabalhamos com os falangeiros dos Orixás. Então quando a gente está trabalhando na linha das águas com nossa mãe Iemanjá, nós estamos pedindo as forças dos marinheiros, daqueles encantados, que trabalhavam ali incansavelmente para trazer o peixe, trazer para sua família e se encantou. E esse grande guerreiro de luz volta para fazer essa assistência de ajudar as pessoas” explica a Mãe Eufrazina de Iansã.
E para a manifestação dos guias espirituais, o ritual precisa de um cuidado importante. A mãe de Santo prepara o espaço e recebe cada filho de santo com uma limpeza de cura. Após esse momento acontece a gira.
Os médiuns se dividem, as mulheres vão pra um lado e os homens para o outro. Eles começam a ficar irradiados, em transe, porque é nesse momento que começa a conexão com o mundo espiritual.
“Fé é amor, fé é respeito. Fé é manter o legado ancestral, fé é, acima de tudo, respeitar o saber e o fazer de cada tradição”, afirma Mãe Nilce de Iansã, coordenadora nacional da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (RENAFRO).
Espiritismo e os guias espirituais
Série Minha Fé – Espiritismo: a fé com fluidos de cura, palestras e cartas psicografadas
No Centro Espírita não há imagens de santos, rituais e nem simbolismos. O ambiente silencioso é preparado para reflexão. Quem frequenta esse local acredita que a fé abre a porta para a ligação entre o mundo físico e o mundo espiritual.
O primeiro compromisso das reuniões é uma palestra. O tema é definido de acordo com os livros espíritas e orientam sobre a conduta e evolução moral. Além do palestrante, acredita-se que os espíritos também auxiliam, mandando uma intuição e fluidos para manter o equilíbrio do local.
O tempo de duração geralmente é curto, mas o suficiente para criar uma conexão coletiva com uma energia envolvendo a todos num só pensamento. Durante a palestra os visitantes levam água. Eles acreditam que os fluidos do ambiente tornam o produto especial e assim, ajudam na cura.
“A gente traz essa água porque ela é frutificado e a espiritualidade bota a medicação necessária que a gente está precisando. De acordo com a doença da gente, seja um problema de fraqueza, um problema orgânico. E então se você pegar nela, na água, depois de frutificada, você sente a energia da água”, afirma Silvio Leite, policial penal e praticante do espiritismo.
Aos domingos, os grupos fazem o estudo, o sistema tirado da Doutrina Espírita, a partir de livros de Allan Kardec, o fundador da doutrina e ainda de outros estudiosos que escreveram nas linhas o que veio de inspiração dos Espíritos.
Um dos ensinamentos mais fortes da Doutrina Espírita é sobre a reencarnação. A crença é que após a morte e o desencarne, cada um volta a viver aqui na terra para corrigir os erros anteriores e subir os degraus da evolução.
“Os Espíritos auxiliam tanto prestando a assistência junto ao passista, fazendo essa renovação de energia. Então, às vezes as pessoas chegam aqui com o coração pesado e angustiadas. Então é feito como se fosse uma limpeza de energética. E o abastecimento dessa energia. Então os espíritos estão lá, auxiliando os passistas a fazer esse trabalho, que é uma troca também, porque o fator fundamental é a fé da pessoa”, explica Hadassa Guimarães, secretária geral na Casa Espirita.
Outro momento muito esperado na Casa Espírita é a sessão de psicografia. Os médiuns acreditam que através desse trabalho é possível se comunicar com parentes que já partiram. Ao final da sessão de psicografia intuitiva, as cartas são lidas. Um momento de emoção.
Série Minha Fé
No espiritismo, a crença vem através da ideia que a fé move montanhas. Na Igreja Católica a fé vem de dentro e transforma. Na Igreja Batista, a fé de que a Bíblia traz a salvação. No Vale do Amanhecer, a crença que somos energia e também somos vibração para transformar os que estão ao nosso redor. E ainda a fé na Umbanda com a crença nos Orixás e os guias.
“Fé para acreditar ainda que estamos todos em um único caminho para nos melhorar e ajudar um ao outro, e que um momento pode até ser difícil, mas que deixar de acreditar na solução é uma fraqueza que não leva a lugar algum. Por isso, nossa mensagem é simples e direta. Acredite e também respeite a fé do outro”, finaliza Dennis Arias, repórter idealizador da produção.
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