
Imóveis são erguidos com dinheiro sujo em Itapema, que tem o 2º metro quadrado mais caro do país, segundo o índice FipeZap. Investigação é da Polícia Federal e Receita Federal. PF e Receita Federal fazem operação contra grupo suspeito de lavar mais de R$ 100 milhões
Uma operação na quinta-feira (24) cumpriu sete mandados de busca e apreensão contra um grupo de traficantes apontado por lavar dinheiro do crime organizado e investir na construção de prédios no litoral Norte de Santa Catarina.
Conforme a investigação, o esquema movimentou mais de R$ 100 milhões em 2024.
Confira abaixo o que se sabe e o que falta saber sobre o caso.
Onde foram cumpridos os mandados?
O que foi apreendido?
Quem realizou a operação?
O dinheiro sujo vinha de qual ilegalidade?
Como agiam os criminosos?
Onde ficam os prédios construídos com dinheiro ilícito?
Os prédios construídos com dinheiro sujo serão bloqueados pela Justiça?
Quantas pessoas são investigadas?
Quem são os suspeitos?
A Justiça bloqueou valores dos investigados?
Onde foram cumpridos os mandados?
Os mandados foram cumpridos em Curitiba, no Paraná, e Itapema, no Litoral Norte de Santa Catarina. Na cidade catarinense, os mandados foram cumpridos na região da Meia Praia, onde existem diversos prédios e projetos imobiliários em construção.
O que foi apreendido?
Veículos de luxo e valores dos suspeitos foram apreendidos. Os detalhes do conteúdo retido pela polícia não foram divulgados.
Quem realizou a operação?
A operação foi feita pela Polícia Federal e Receita Federal. A ação visa interromper as práticas criminosas e descapitalizar a organização criminosa investigada. Contribuintes envolvidos no esquema foram intimados a prestar esclarecimentos à Receita Federal.
O dinheiro sujo vinha de qual ilegalidade?
A suspeita é que o dinheiro vinha do tráfico internacional de drogas.
Como agiam os criminosos?
De acordo com a Receita Federal, o esquema funcionava da seguinte forma:
➡️ Grupo cria empresas de construção de prédios residenciais e comerciais a partir do dinheiro ilícito;
➡️Unidades são vendidas para terceiros ou transferidas para laranjas;
➡️ Além de lavar o dinheiro, grupo consegue aumentar lucro e dar aparência de legalidade;
➡️ Veículos de luxo e caminhões também foram comprados com dinheiro dos crimes e colocados em nome de envolvidos no esquema.
Inicialmente, conforme o auditor-fiscal Sergio Savaris, os investigados lavavam o dinheiro com a compra e venda de carros de luxo. Em 2024, no entanto, passaram a construir imóveis a partir de uma construtora de porte pequeno.
“[O grupo] construía casas e passou a construir vários edifícios ao mesmo tempo. São seis empreendimentos imobiliários ao mesmo tempo”, informou.
De acordo com o auditor, dos seis empreendimentos, um está concluído, outro está na fase inicial e os outros estão em etapas intermediárias.
Carros da Receita Federal e Polícia Federal durante operação Forlands
Receita Federal/Divulgação
Onde ficam os prédios construídos com dinheiro ilícito?
O grupo passou a construir vários edifícios diferentes ao mesmo tempo, com imóveis de classe média, porém de frente para o mar, em Itapema, de acordo com a Receita Federal.
A cidade possui o segundo metro quadrado mais caro do país, segundo o último levantamento do índice FipeZap, e é a melhor cidade para investir em imóveis no Brasil, segundo o Ranking MySide 2025.
Os prédios construídos com dinheiro sujo serão bloqueados pela Justiça?
“Esses bens não foram bloqueados pela Justiça, mas poderão ser se os impostos, que serão apurados pela Receita Federal, não forem pagos”, comentou o auditor-fiscal Sergio Savaris.
Imagem de imóvel alvo de busca em Itapema, no Litoral Norte de SC
Receita Federal/ Divulgação
Quantas pessoas são investigadas?
O número do total de investigados não foi divulgado pelas autoridades.
Quem são os suspeitos?
O grupo era liderado por um traficante que teve US$ 3 milhões apreendidos no ano passado, segundo a Receita Federal. Na ocasião, os malotes de dinheiro estavam escondidos dentro de uma parede falsa em uma casa em Curitiba (PR).
Mais detalhes não foram divulgados.
A Justiça bloqueou valores dos investigados?
Sim. A Receita Federal informou que valores do grupo foram bloqueados em conta-corrente e giram em torno de R$ 5 milhões.
Infográfico divulgado pela Receita Federal mostra como funciona esquema alvo da operação
Receita Federal/ Divulgação
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