1 a cada 10 alunos de Medicina é cotista, diz estudo


Desde 2010, a participação absoluta de estudantes de Medicina em programas de reservas de vagas e cotas cresceu 778,6%, indo de 2.736 para 24.041 em 2023. Estudantes de curso de Medicina.
Sarah Daltri/Divulgação Sírio-Libanês
O Brasil nunca teve tantos estudantes de Medicina que participam de programas de reserva de vagas e cotas. Em 2023, mais de 24 mil médicos em formação utilizavam algum programa de ação afirmativa, contra 2.736 em 2010.
O dado é do o estudo Demografia Médica no Brasil 2025, divulgado nesta quarta-feira (30). O documento é uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e a Associação Médica Brasileira (AMB).
O MEC considera como programa de reserva de vagas aquelas iniciativas de ação afirmativa com foco em permitir que determinado público acesse o ensino superior. Por exemplo:
reserva de vagas étnicos, para autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (PPI);
reserva para alunos procedentes de ensino médio público, por critério social ou renda familiar;
reserva para pessoas com deficiência; entre outros.
Aumento da inclusão social
Desde 2010, a participação relativa de alunos em programas de reserva de vagas quase quadruplicou, passando de 2,6% para 9,9% em 2018.
No entanto, a participação absoluta tem tido aumentos constantes, chegando a 24.041 em 2023. O número representa 9% do total de estudantes de Medicina no país naquele ano, quando eram 266.507, um aumento de 778,6% desde os 2.736 de 2010.
Dos estudantes beneficiados por algum programa de reserva de vagas em 2023, apenas 731 estudavam em instituições privadas. Os demais 23.310, que representam 96,9%, estudava em instituições públicas.
Tipos de programas de reserva de vagas
Os programas de reserva de vagas são variados e incluem diferentes critérios de inclusão e público-alvo. Em 2023, a distribuição era:
Ensino médio público: modalidade mais frequente, beneficiando 20.169 estudantes.
Cunho étnico (PPI): reservas para autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com 13.072 alunos beneficiados.
Renda familiar: aumentou de 8,8% em 2010 para 21,5% em 2023, beneficiando 9.833 estudantes.
Pessoas com deficiência: incluía 1.692 alunos.
Outros: programas que não se enquadram nas demais categorias, com 990 beneficiados.
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