Oposição protocola CPI do INSS, mas ala não quer travar batalha política pela criação da comissão

Parlamentares estão mais interessados no ‘barulho’ para desgastar o governo do que, propriamente, na instalação do colegiado. A oposição protocolou nesta segunda-feira (12) um requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as fraudes no INSS.
Alguns parlamentares do grupo admitem, porém, que não têm a intenção de travar uma batalha política pelo seu funcionamento caso o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), decida frear a criação do colegiado.
A princípio, a próxima sessão do Congresso (a primeira do ano) está agendada para o dia 27 de maio.
A oposição conseguiu o apoio de 36 senadores e 223 deputados, acima do mínimo necessário, 27 e 171 assinaturas respectivamente. Os parlamentares oposicionistas estão batizando a comissão de CPI do Roubo dos Aposentados.
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Líderes da oposição podem acionar o STF se o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, decidir não ler no plenário o requerimento de criação da CPI.
Na época da CPI da Covid, a criação foi determinada pelo ministro Luís Roberto Barroso como um direito da minoria no Legislativo.
Parlamentares bolsonaristas admitiram ao blog, porém, que avaliam não valer a pena transformar o tema em uma guerra política.
Há um receio de que uma CPMI levante também informações que venham a comprometer o governo Bolsonaro, principalmente depois da informação de que alguns envolvidos nas fraudes do INSS também estavam enrolados na CPI da Covid – e fizeram doações de campanha para candidatos bolsonaristas e para o próprio ex-presidente da República.
O governo não quer a instalação da CPMI e conta com o apoio dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Até agora, as sinalizações dos dois presidentes é que não consideram a CPMI prioritária neste momento e tendem a evitar que elas funcionem.
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