CPMI do INSS gera ruído entre governo e PT, mas orientação atual é não pregar contra seu funcionamento


A criação da CPMI do INSS gerou ruído dentro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o PT, mas a orientação atual é não pregar contra seu funcionamento nem fazer novas abordagens a parlamentares para retirarem suas assinaturas do requerimento apresentado pela oposição.
Nesta quinta-feira (15), houve mal-estar e queixas do Palácio do Planalto em três situações:
o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, defendeu o funcionamento da CPMI do INSS;
o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, afirmou que a orientação seria assinar o documento; e
o senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi o primeiro a assinar pela legenda.
Mais de 1 milhão de pessoas já pediram ao INSS reembolso de valores descontados
Até aquele momento, não havia nenhum acerto com a equipe da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para que a base aliada passasse a defender oficial e publicamente a criação da CPMI do INSS.
Nos bastidores, porém, deputados e senadores do PT já davam a criação e instalação da CPMI como certa e não faria sentido lutar contra ela.
Afinal, operar contra uma CPMI do Roubo dos Aposentados seria dar munição à oposição, para ela divulgar nas redes sociais que o governo está com medo da comissão porque teria “culpa no cartório” e seria exposto um sistema de fraudes que estava operando durante a administração Lula.
🔎Daí que a nova orientação do Palácio do Planalto é reconhecer que a CPMI do INSS será importante para investigar as fraudes, desde que a comissão investigue também o período do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando o esquema teria sido criado.
A Polícia Federal, inclusive, já tem informações de como as fraudes começaram no governo passado.
Wolney Queiroz, da Previdência, vai ao Senado e menciona brechas na legislação que dificultaram a fiscalização no INSS
Reprodução/TV Globo
Conversa entre Alcolumbre e Gleisi
Nesta quinta-feira (15), Gleisi Hoffmann e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, conversaram sobre o requerimento da oposição pedindo a criação da CPMI do INSS que ela batizou de CPMI do Roubo dos Aposentados.
Na conversa, conforme apuração do repórter Pedro Figueiredo, Alcolumbre disse que pode até adiar a leitura do requerimento, mas não tem como impedir o seu funcionamento.
Alcolumbre não quer ficar com o desgaste de tentar impedir a instalação da CPMI, porque a oposição recorreria ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que ela venha a funcionar.
E o STF já decidiu tema semelhante, quando mandou o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a instalar a CPI da Covid.
A única esperança do governo é que as investigações da PF avancem rapidamente, e mostrem que haverá desgaste não só para o governo Lula, mas também para o de Bolsonaro.
Isso poderia levar a uma perda de interesse por parte da oposição. Líderes do PL no Senado, porém, dizem que não vão desistir da CPMI.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.