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Verusca Navarro tinha acabado de dar a luz quando decidiu transformar habilidade com artesanato em fonte de renda.
Com o aumento das despesas após o nascimento do filho Gustavo ela buscou no empreendedorismo uma solução prática: ganhar dinheiro sem abrir mão da presença.
“Eu tomei essa decisão na época que meu filho nasceu porque quando uma criança nasce, as despesas da casa aumentam. Então eu resolvi fazer algo mais para ter uma renda extra, para completar renda, para pagamento das despesas que como sempre, aumentam.”
Cada vez mais mães baianas, como Verusca, tem recorrido ao empreendedorismo para equilibrar maternidade, trabalho e afazeres de casa. Segundo a nova edição da pesquisa “Maternidade & Negócios – a força das mães empreendedoras baianas – realizada pelo Sebrae Bahia, entre fevereiro e março de 2025 cresceu em 8%, a formalização dessas mulheres. Ao mesmo tempo, o preconceito também cresceu. Cinco por cento a mais disseram já ter enfrentado discriminação por empreender.
Para a gestora estadual do programa Sebrae Delas, coordenadora da pesquisa, Rosângela Gonçalves, os dados ainda escancaram a urgência de políticas que apoiem mulheres no empreendedorismo e na conciliação entre trabalho e cuidados.
De acordo com a pesquisa do Sebrae, 32% das mães empreendedoras realizam sozinhas os cuidados com os filhos e a casa. Além disso, 63% não fazem parte de redes de apoio ou grupo de empreendedorismo feminino.
Segundo Rosângela Gonçalves, o dado preocupa e também ajuda a explicar porquê pela primeira vez o maior desafio apontado pelas entrevistadas foi a insegurança e o medo do fracasso.
A especialista em posicionamento e monetização de conhecimento Lilian Simplício acompanha de perto o movimento de mulheres que transformam a maternidade em impulso profissional. Ela defende que empreender para essas mães é também um exercício de estratégia.
“No início não é simples e não é fácil. A grande maioria das mulheres que eu oriento num primeiro momento, a carga inclusive aumenta, porque elas conciliam o trabalho atual com a construção dessa nova jornada. Então que fique muito claro, o início muitas vezes é desafiador. E aí que eu sempre aconselho: não desista! Não desista porque logo ali na frente a conta chega. Então o primeiro passo é justamente começar a fazer o trabalho depois do trabalho, escolher horários para isso conciliando com as suas atividades do seu trabalho atual com atividade da maternidade que exige muito de fato. Mas construir, testar, validar porque ali na frente a conta vai fechar. Então o que naturalmente a gente faz num primeiro momento sim é um planejamento estratégico, é conciliar essa jornadas para fazer dar certo ali na frente.”
Mesmo com os obstáculos, o cenário aponta para um novo perfil de mãe empreendedora mais consciente, mais preparada e mais conectada com o próprio tempo. Para elas o empreendedorismo não é fuga e nem tendência. É sobretudo uma resposta prática ao desafio de conciliar o que nunca deveria ser incompatível, cuidar de filhos e cuidar de um negócio.

Economia Mulheres conciliam empreendedorismo, maternidade, trabalho e casa Salvador 16/05/2025 – 13:02 Rádio Educadora de Salvador Lise Lobo – Rádio Educadora de Salvador mãe empreendedora Sebrae Bahia sexta-feira, 16 Maio, 2025 – 13:02 4:47