
Ozir, Terezinha e Edit Orling de Oliveira nasceram em 1941, em Espumoso, no interior do RS. Trio faz parte de uma família de 14 irmãos. Trigêmeos Ozir, Terezinha e Edit Orling de Oliveira completam 84 anos
Arquivo pessoal | Rosane de Oliveira/ Agencia RBS
Quando Felomena deu à luz em 1941, esperava um bebê. Vieram três. Com só duas roupinhas preparadas e o susto triplicado, começou a jornada dos trigêmeos Ozir, Terezinha e Edit Orling de Oliveira no berço improvisado de uma casa no interior de Espumoso. No último domingo (18), o trio comemorou 84 longos anos de vida.
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Filhos de João Fagundes de Oliveira e Felomena Orling de Oliveira, os três foram os últimos bebês a nascerem em uma fila de 14 irmãos.
“Ela (Felomena) contava que estava grávida de uma criança, mas não sabia que eram três. Naquele tempo era muito difícil de comprar as coisas. Ele tinha só duas mudinhas de roupa para uma criança e no final vieram três. Os vizinhos colaboraram com roupas e leite. Era muito triste, às vezes, a história que ela contava, mas ela nos amava e nos queria”, conta Edit, uma das gêmeas.
Na estrada da vida, cada um seguiu o seu caminho e formou uma nova família. Ozir se casou com Olga Margarida Koeppe, teve cinco filhos e foi agricultor durante uma vida inteira. Terezinha casou-se com Xisto Cavalheiro Bullé e deu à luz cinco crianças.
Já Edit, firmou o matrimônio com Joval Cavalheiro Bullé, irmão de Xisto, que morreu três anos depois, após ser atingido por um raio. Edit casou-se novamente, mas com Lamberto Steinhoefel, teve três filhos e formou-se como enfermeira pelas irmãs da Rede Notre Dame.
Entre as lembranças que o trio guarda na memória e no coração está a compra de um lote de bezerros por parte do pai João, para poder alimentá-los.
“A mãe não tinha leite para nós três e falaram que leite de cabrita era muito bom. O pai conhecia um fazendeiro que tinha um lote de cabrita e foi lá para comprar uma. O fazendeiro disse que não vendia só uma, que ele teria que comprar todas. Meu pai não tinha dinheiro para comprar tudo. Arrumou com os vizinhos e amigos e comprou o lote de cabrita. Era tudo ou nada”, conta Ozir.
Desde a infância, os três irmãos sempre foram, acima de tudo, muito amigos. Durante a juventude, as irmãs chegaram a ser confundidas várias vezes.
“Eu tinha um lunar no peito que me identificava. A Tere era um pouco maior que eu e muito arteira também. A nossa vida foi muito linda, dos três gêmeos, a gente sempre se deu muito bem. Quando éramos crianças sempre brincávamos juntos. Às vezes a gente se dava uma retrucada, mas depois voltava tudo ao normal”, conta Edit.
Para Ozir, o segredo para chegar aos 84 anos é simples: fé em Deus.
“É uma coisa inédita, ficarmos nós três como trigêmeos. Desde pequeno sempre trabalhamos e demos conta de tudo” diz. “Não sinto que tenho 84 anos. Sinto que tenho menos”, afirma Edit.
Comemoração
Trigêmeos Ozir, Terezinha e Edit Orling de Oliveira
Arquivo pessoal
O município de Campos Borges, no Norte do estado, sediou uma comemoração em dose tripla no último domingo.
A programação da celebração iniciou com uma Missa de Ação de Graças na Matriz São Sebastião, onde um feito histórico foi registrado pela família: o trio recebeu o título de Trigêmeos Mais Velhos Vivos do Rio Grande do Sul. A pesquisa foi realizada pela família e iniciou há cerca de oito anos, mas deu uma pausa durante a pandemia.
A “operação formiguinha”, como descreve a nora de Ozir, Ana Oliveira, consistiu em buscar, de forma online, e em mais de 7 mil cartórios de todo o país se, de fato, os trigêmeos são os mais velhos vivos do RS.
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