Geração ansiosa: os impactos das telas e o desafio de pais e mães no mundo hiperconectado

Durante visita ao Brasil, uma das maiores autoridades no assunto, Jonathan Haidt, conversou com o Fantástico sobre os próximos passos após a proibição do celular nas escolas. Redes sociais só depois dos 16 e quartos sem tela à noite são dicas para adolescência saudável
Desde que escolas brasileiras passaram a proibir o uso de celulares em sala de aula, os efeitos positivos já começam a ser percebidos entre crianças e adolescentes. Mas o desafio das telas persiste dentro de casa.
Uma das maiores autoridades no assunto é o psicólogo social e professor universitário norte-americano Jonathan Haidt, autor do best-seller “A Geração Ansiosa: como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais”. Com mais de dois milhões de exemplares vendidos em 44 idiomas, Haidt tem se dedicado a alertar o mundo sobre os riscos do uso excessivo de redes sociais por jovens.
Durante visita ao Brasil, o especialista conversou com o Fantástico sobre os próximos passos após a proibição do celular nas escolas.
“A orientação de especialistas sempre foi: conheça os seus filhos, converse, monitore as redes sociais. Explique os perigos. Mas isso não está funcionando. Depois de ganhar um celular ou entrar em redes sociais, o adolescente vai ficar muito bom em esconder o que tiver que esconder dos pais. E aí começa uma batalha na família. Daí a importância de adiar: os filhos não devem ter rede social antes dos 16 anos”.
O mundo real, o ideal e o possível
Pai de dois adolescentes, Haidt reconhece os desafios da vida prática. “Minha filha tem quinze e ainda não tem nenhuma rede social. Ela manda mensagem, ela faz ligação por vídeo com as amigas. Então isso é fundamental, ainda mais para garotas”, contou.
Outro ponto inegociável, segundo ele, é o uso de telas no quarto à noite. “Não deixe seu filho ter qualquer tela no quarto: ele dá um jeito de usar escondido, debaixo do lençol. E é à noite que os assédios de adultos a menores de idade mais acontecem”.
Apesar das recomendações, Haidt admite que a aplicação das regras nem sempre é fácil.
“Minha esposa sempre reclama que eu sou muito mole. Minha filha pede: ‘só mais um minuto’. E eu: ‘ok’. Aí ela diz: ‘Jonathan, você escreveu um livro sobre isso!’”.
Esperança
Haidt reforça que há esperança.
“Quando adolescentes são internados e ficam longe das telas, os sinais de melhora aparecem em 15 a 20 dias. Primeiro vem a abstinência, mas o cérebro se recupera. Aquele filho doce volta a aparecer.”
E não vale só para os adolescentes que são internados em abstinência de redes sociais.
“Quem muda de hábitos, volta à vida porque recupera a atenção”
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