
Franciane Regina Ferreira Scrochio, de 45 anos, moradora de São José do Rio Preto (SP), notou um inchaço nas pernas em 2012, quando procurou um médico. Fila de espera por transplante obedece a critérios como compatibilidade. Franciane Regina Ferreira Scrochio faz hemodiálise 3x na semana em Rio Preto (SP)
Franciane Regina Ferreira Scrochio/Arquivo pessoal
Diagnosticada há 13 anos com uma doença autoimune que paralisou os rins, uma mulher de São José do Rio Preto (SP) só pode ingerir até 600 mililitros de água por dia, incluindo a alimentação. A paciente faz hemodiálise três vezes por semana e aguarda há oito meses por um transplante.
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Ao g1, Franciane Regina Ferreira Scrochio, de 45 anos, contou que, aos 31 anos, notou um inchaço nas pernas. Ao procurar o médico, em 2012, descobriu que os rins estavam 75% paralisados devido à doença de Berger, autoimune e rara.
Em 2014, dois anos depois, os rins dela paralisaram 100% e, por isso, ela iniciou a hemodiálise. Desde então, viu a vida virar de cabeça para baixo. “Foi assustador, virou minha vida de ponta-cabeça”, explicou a paciente.
A mulher, contudo, enfrenta restrições impostas pela doença, como não poder trabalhar fora, viajar com a família, precisar se alimentar de forma restrita e não poder tomar água à vontade, conforme os médicos.
Apesar do tempo passado desde o diagnóstico, Franciane comentou que ainda tem esperança de conseguir o transplante. Ela enfrentou outros problemas de saúde ao longo dos anos, como no coração, características incompatíveis com os requisitos que a tornam apta para entrar na fila do transplante.
Superados os problemas de saúde, conseguiu entrar novamente na fila há oito meses. “Vou me sentir grata e feliz se conseguir um transplante, pois vou ter uma condição de vida melhor. Infelizmente, não tem prazo para isso. Ainda espero conseguir o transplante”, concluiu a paciente.
Transplante de rim
Mário Abbud Filho, médico e diretor do Centro de Transplantes do Hospital de Base (HB) de Rio Preto (SP)
Hospital de Base/Divulgação
O médico Mário Abbud Filh, diretor do Centro de Transplantes do Hospital de Base (HB), que faz o acompanhamento de Franciane, explicou que a doença não tem causa específica e, portanto, o tratamento consiste somente no transplante ou hemodiálise.
Contudo, no caso de transplantes, há uma fila de espera que obedece a alguns critérios para o acesso, como condições de saúde do paciente. Uma vez na lista, o processo de seleção para receber o órgão é baseado em determinados aspectos, tendo a compatibilidade como o principal fator.
O Ministério da Saúde gerencia a lista de espera por transplantes no Brasil e divulga dados atualizados diariamente. Os números mostram que, em 2023, mais de 60 mil pessoas no país esperavam por um órgão para transplante. Dessas, mais de 37 mil aguardavam um transplante de rim.
A lista para transplantes é única, vale tanto para os pacientes do SUS quanto para os da rede privada, e funciona baseada em critérios técnicos, nos quais a tipagem sanguínea, a compatibilidade de peso e altura, a compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados.
Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade.
Conforme o Ministério da Saúde, o Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Em números absolutos, o país é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Hospital de Base de Rio Preto (SP)
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