
Larissa foi arremessada da garupa da moto após um carro abriu a porta enquanto eles passavam pela faixa azul (via exclusiva para motos). Acidente foi na Avenida Tiradentes. Passageira de transporte de moto por aplicativo morre em São Paulo
Formada em marketing e estudante de engenharia de produção, a jovem Larissa Barros Maximo Torres, de 22 anos, morta no sábado (24) em um acidente com moto por aplicativo, era “cheia de planos e sonhos”, segundo a família dela.
Ela trabalhava como supervisora comercial para pagar a faculdade e, no sábado à noite, ela havia sido homenageada em uma festa da empresa como a melhor funcionária do mês.
Acabaram com a vida de uma menina de 22 anos cheia de planos, cheia de sonhos, que se ocupava, que gostava de viver e tinha uma meta na vida.
O acidente aconteceu na Avenida Tiradentes, na região central da capital. Segundo o motociclista que levava Larissa na garupa, um carro abriu a porta enquanto eles passavam pela faixa azul (via exclusiva para motos). A batida teria arremessado os dois contra outro veículo.
À polícia, o motorista do carro, que também era de aplicativo, disse que um dos passageiros abriu a porta em uma “brincadeira”.
O acidente aconteceu em meio a uma disputa entre a Prefeitura de São Paulo e as empresas 99 e Uber sobre a liberação ou não do serviço de moto por app na cidade. (Veja aqui o vaivém na Justiça.)
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O corpo da jovem foi enterrado na segunda-feira (26) no cemitério Primavera 1, em Guarulhos, na Grande São Paulo, diante de parentes consternados e inconformados.
Uma prima dela disse que ela era uma pessoa maravilhosa. “Ela foi buscar um prêmio para ela de melhor funcionária, de uma pessoa maravilhosa, de uma menina de 22 anos”, diz Ymaraim Regina Raimundo.
Como foi o acidente
O motociclista de aplicativo Henderson de Souza Maior, envolvido no acidente, afirmou com exclusividade à TV Globo que ela não foi atropelada, mas sim que ambos foram arremessados contra outro carro.
Larissa foi levada para a Santa Casa, segundo o Boletim de Ocorrência, mas não resistiu aos ferimentos. Já o motociclista sofreu ferimentos na perna, braço e costela. Ele foi levado a um pronto-socorro em Santana e liberado horas depois.
Larissa Torres, jovem de 22 anos que morreu após ser arremessada de moto
Arquivo pessoal
“O que realmente aconteceu foi que o carro abriu a porta jogando a gente no outro carro que estava no trânsito. Não teve atropelamento, tudo foi culpa da ação de uma pessoa louca… abrir uma porta no meio da avenida. Eles estavam bêbados”, afirmou o motociclista.
Segundo Maior, ele não se negou a comparecer na delegacia, conforme constou na primeira versão apresentada no Boletim de Ocorrência, mas foi socorrido e levado para um hospital em Santana. Uma segunda versão do B.O., retificada pela Polícia Militar, confirma o depoimento.
Segundo o motociclista, um carro abriu a porta enquanto eles passavam pela faixa azul (via exclusiva para motos). A batida teria arremessado os dois contra outro veículo
Reprodução/PM
“Em nenhum momento corri. Fui socorrido para o pronto-socorro de Santana, e a passageira, para outro hospital. Não fui à delegacia quando o hospital me liberou porque não sabia que tinha que ir até a delegacia. Um policial me ligou às 4h da manhã, mas falei que não tinha condições de me locomover, mas que estava à disposição para prestar esclarecimentos”, contou.
Ainda segundo o motociclista, Larissa estaria viva no momento em que foi socorrida e dizia que “estava com vontade de vomitar”.
“Quem estava no carro quase matou duas pessoas. Tenho que agradecer a Deus por estar vivo”, disse o motociclista.
Segundo a Polícia Civil, o carro estava parado no semáforo com o motorista e dois passageiros. Um deles estava bêbado, segundo a polícia, e abriu a porta do veículo de repente.
Motociclista foi socorrido e levado para um hospital em Santana
Arquivo pessoal
Os passageiros do carro são o advogado de 28 anos, Felipe Moutinho Hilsenrath Garcia, e o economista João Pedro Baptista Viegas De Oliveira Paes, de 28.
No Boletim de Ocorrência, João Pedro afirmou que estava embriagado e não sabia dizer se abriu ou não a porta do veículo. Que não nega que abriu, mas que não se recorda de ter feito.
Procurada, a defesa de João Pedro lamentou a morte de Larissa e negou que o economista tenha aberto a porta do carro e que em “nenhum momento contribuiu para a ocorrência do fatídico acidente”.
Já a defesa de Felipe alegou que o cliente só “é uma testemunha do caso” e que enviará nota após novo depoimento dele, que deve acontecer na quarta-feira (28).
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou que os ocupantes do automóvel foram conduzidos ao 2º Distrito Policial (Bom Retiro), onde prestaram depoimento e deram suas versões sobre os fatos.