Detalhes de Pix recebidos por Zambelli podem indicar se ela teve ajuda para deixar o país


Apuração mira possíveis transferências feitas à deputada antes da fuga. Moraes autorizou quebra de sigilo e oitiva por escrito. Uma das medidas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na abertura de novo inquérito contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP), pode ajudar a identificar se a parlamentar teve ajuda financeira para deixar o Brasil.
Moraes determinou que o Banco Central informe os valores e os remetentes de transferências via Pix recebidas por Zambelli nos últimos 30 dias. O objetivo é verificar se houve algum tipo de financiamento para a fuga.
O que está sendo investigado
A apuração foi aberta a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e mira a suposta tentativa de Zambelli de obstruir investigações sobre organização criminosa. A deputada foi condenada por unanimidade pelo STF a 10 anos de prisão por participação na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica.
Antes de sair do país, Zambelli divulgava pedidos de doações em suas redes sociais e dizia que usaria os recursos para pagar multas impostas pela Justiça.
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Zambelli está foragida
Zambelli é considerada foragida desde 25 de maio, quando deixou o Brasil por terra, atravessando a fronteira com a Argentina. De Buenos Aires, embarcou para a Flórida, nos Estados Unidos. Aliados afirmam agora que ela está na Itália.
A fuga ocorreu dias depois da condenação e gerou reação imediata no STF. Além da abertura do novo inquérito, Moraes notificou a Câmara dos Deputados para suspender o pagamento do salário da parlamentar.
Foto de arquivo de 15/05/2025 da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) durante uma coletiva de imprensa na sede de seu partido no bairro de Moema, na zona sul da cidade de São Paulo.
Felipe Rau/Estadão Conteúdo
Outras medidas
Na nova investigação, Moraes também determinou que a Polícia Federal monitore e preserve publicações feitas por Zambelli e por terceiros ligados a ela nas redes sociais.
A deputada deverá ser ouvida pela PF em até 10 dias. Como está fora do país, Moraes autorizou que o depoimento seja prestado por escrito — inclusive com envio de notificações por e-mail.
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