
Desaparecimento de Isis Victoria Mizerski completa um ano nesta sexta (6). Em dezembro, juiz decidiu submeter Marcos Vagner de Souza, acusado de matá-la, a júri popular. Defesa dele recorreu e recurso foi negado nesta terça (3). Réu alega inocência. Caso Isis: Adolescente grávida desaparecida no Paraná
A Justiça negou o recurso da defesa de Marcos Vagner de Souza que contestava a decisão de submetê-lo a júri popular. A deliberação foi oficializada pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), mas ainda pode ser questionada em última instância.
O g1 teve acesso ao documento, que afirma que “há prova da materialidade dos crimes imputados a Marcos” e que há “sérios indicativos do envolvimento de Marcos na morte de Isis”.
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Moradora de Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná, Isis Victoria Mizerski, tinha 17 anos e estava grávida quando sumiu no dia 6 de junho de 2024, após sair para encontrar Marcos, apontado como pai do bebê.
Apesar de o corpo dela nunca ter sido encontrado, a Polícia Civil concluiu o caso afirmando que ela foi assassinada. Marcos está preso preventivamente desde a época do desaparecimento, e alega inocência.
Veja detalhes e a cronologia do caso
A decisão do TJ-PR em manter o júri popular para o réu foi unânime entre os desembargadores Gamaliel Seme Scaff, Telmo Cherem e Miguel Kfouri Neto.
No documento, Cherem, que foi o relator, avalia que a narrativa da denúncia do Ministério Público é plausível e que, ao decorrer do processo, o réu “caiu em contradição por inúmeras vezes”.
No texto, o relator também destacou que as provas reunidas na investigação e ao decorrer do processo são suficientes para encaminhar o caso ao Tribunal do Júri – responsável por julgar crimes dolosos contra a vida.
“Tais elementos, como se vê, fornecem credibilidade bastante à acusação dirigida contra Marcos, permitindo-se, assim, sua remessa a julgamento pelo Conselho de Sentença, competente para examinar os fatos, valorar as provas, apreciar a idoneidade das teses de defesa e solver o mérito da imputação”, aponta o desembargador.
Ao g1, o advogado de defesa de Marcos, Renato Tauille, disse que ainda não foi intimado formalmente da deliberação e aguarda a notificação para analisar os próximos passos do processo.
Caso Isis na Justiça
Marcos Vagner de Souza e Isis Victória Mizerski
Reprodução
A investigação policial sobre o caso foi finalizada no começo de agosto de 2024, e no mesmo mês Marcos se tornou réu na Justiça.
Ele responde por homicídio triplamente qualificado (por feminicídio, dissimulação e motivo torpe), ocultação de cadáver e aborto provocado sem o consentimento da gestante, tendo os crimes no âmbito da violência doméstica.
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No início de dezembro, após ouvir 17 testemunhas e o próprio réu, o juiz João Batista Spanier Neto, de Tibagi, decidiu que Marcos vai a júri popular.
No documento, o juiz afirmou que os depoimentos “fazem referência de que o acusado seja o autor dos delitos” e que as imagens das câmeras de segurança, extratos de conversas e outras provas anexadas ao processo “indicam a presença de indícios da existência do crime, além de indícios de materialidade e autoria por parte do acusado”.
A defesa do réu recorreu da decisão no início do ano e, nesta terça-feira (3), o recurso foi recusado na segunda instância do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Ainda cabe recurso em outra instância, mas a expectativa de Cláudio Dalledone Júnior, advogado que representa a família de Isis, é que o julgamento aconteça até o final deste ano.
O g1 questionou o TJ-PR sobre o andamento do processo, mas o Tribunal informou que, como o processo está em sigilo, não é possível passar informações a respeito do caso.
Desde que foi preso, em junho de 2024, o acusado nega que teve envolvimento em qualquer crime. Ele assume que se encontrou com a jovem e saiu com ela de carro no dia em que ela sumiu, mas afirma que a deixou na cidade.
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