Neto que andou com corpo do avô em cadeira de rodas: o que já se sabe sobre o caso


Caso aconteceu na tarde de sábado (7), e a cena chamou a atenção de pedestres e comerciantes pela falta de reação do idoso, que já estava morto. Homem é detido andando com idoso morto em cadeira de rodas no Centro de Manaus
Um homem identificado como Romulo Alves da Costa, de 42 anos, foi detido pela Polícia Militar no sábado (7) após denúncias de que estava empurrando o corpo do avô morto em uma cadeira de rodas e pedindo dinheiro nas ruas do Centro de Manaus. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado ao local e confirmou o óbito do idoso.
📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp
O g1 fez um levantamento do que se sabe sobre o caso:
O que aconteceu?
Quem é o suspeito?
Quais as motivações?
O que diz a polícia?
O que diz a família?
O que aconteceu?
Cadeira de rodas do idoso foi deixada no local da abordagem
Patrick Marques, g1 AM
A polícia foi acionada após denúncias de que um homem estava empurrando o corpo de um idoso, identificado como José Pequenino, em uma cadeira de rodas para pedir dinheiro na Avenida Eduardo Ribeiro, centro da capital amazonense.
A perícia indicou que a morte não ocorreu no local e que o idoso já estava morto há algumas horas. O corpo apresentava rigidez cadavérica e foi levado ao Instituto Médico Legal (IML), onde está sendo submetido a exames de necropsia. As circunstâncias da morte ainda estão sob investigação e o laudo final deve ficar pronto em até 30 dias.
Quem é o suspeito?
Romulo é neto biológico da vítima, mas foi registrado como filho. Familiares relataram ao g1 que o suspeito é usuário de drogas, havia saído recentemente da prisão e costumava ser acolhido pelo avô sempre que aparecia.
O homem chegou a ser encaminhado à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) onde prestou depoimento, mas foi liberado em seguida.
Romulo Alves da Costa, neto do idoso detido na DEHS
Patrick Marques, g1 AM
Quais as motivações?
Segundo o delegado adjunto da Delegacia de Homicídios (DEHS), Adanor Porto, Romulo afirmou em depoimento que pretendia fazer um empréstimo bancário para comprar alimentos e itens de higiene pessoal para ele e para o idoso, de quem dizia cuidar.
“Ele havia saído com o pai por volta de 12h30 da estância onde eles moravam, em direção ao centro para fazer o empréstimo bancário para comprar, segundo ele, itens de higiene e com comida para os dois. Pelas alegações dele, ele está desempregado e não consegue arranjar trabalho em razão de ter que cuidar do pai”, explicou o delegado.
O que diz a família?
José Pequenino da Costa, de 77 anos
Arquivo pessoal
Conforme a Polícia Civil, um dos filhos do idoso, que esteve na delegacia, relatou que não via o pai desde novembro do ano passado. Segundo esse familiar, foi justamente nesse período que o idoso foi retirado da casa por Romulo. Desde então, ele não manteve contato com a vítima.
A família ainda informou à polícia que o idoso era hipertenso, diabético, fazia tratamento nos rins, usava uma bolsa coletora e já apresentava diversas comorbidades preexistentes.
O que diz a polícia?
A Polícia Civil reforçou que, mesmo com a soltura de Romulo, as investigações continuam. Ele ainda pode ser responsabilizado por crimes, como vilipêndio de cadáver ou tentativa de estelionato, dependendo do que for apontado no laudo pericial.
O delegado informou que o inquérito segue em andamento e outras testemunhas devem ser ouvidas ao longo da semana. A polícia também investiga se Rômulo chegou a entrar com o corpo do avô em alguma agência bancária.
O delegado destacou ainda que, em uma perícia preliminar, não foram encontrados sinais de maus-tratos contra o idoso.
Homem usa corpo do avô morto para pedir dinheiro em Manaus
Adicionar aos favoritos o Link permanente.