MP-AL cobra explicações sobre falhas na custódia de major que fugiu e matou duas pessoas


Promotoria aponta uso irregular de celular e ausência de controle na Academia da PM; Corporação instaurou inquérito administrativo e Corregedoria da PM acompanha o caso.
MP-AL cobra explicações da PM sobre fuga de major que matou filho e cunhado em Maceió
O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) cobrou explicações da Polícia Militar sobre as falhas que permitiram a fuga do major da reserva Pedro Silva, no último sábado (7), de dentro da Academia de Polícia Militar, em Maceió. Custodiado na unidade desde janeiro por violência doméstica, o militar conseguiu escapar e, em seguida, matou o filho de 10 anos e o cunhado, no bairro do Prado.
A promotora Karla Padilha, da Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial da Capital, destacou que a situação é grave e envolve uma série de falhas, como a permissão para o uso de aparelho celular pelo major enquanto estava sob custódia. Um vídeo gravado pelo próprio Pedro Silva, de dentro da academia, circulou após a tragédia e serviu de alerta para o Ministério Público.
“Não foi só a fuga. Ele estava utilizando livremente aparelhos celulares dentro da Academia da Polícia Militar. Isso é gravíssimo, porque se tratava de um preso por ordem judicial. Essa falha resultou em consequências trágicas e precisa ser rigorosamente apurada”, afirmou a promotora.
Karla Padilha também ressaltou a inadequação da academia para funcionar como local de custódia.
Familiares das vítimas pedem justiça. Um parente relatou a importância de que as falhas sejam apontadas e os responsáveis punidos. “Foi a falha que tirou a vida do meu pai, do Pierre, e poderia ter tirado a da minha mãe e da minha tia. Quero que isso não fique impune”, disse Luan Galvão, filho do sargento que foi assassinado pelo major.
“A gente já temia que, ao sair, ele pudesse fazer algo. Mas havia a tranquilidade de que ele estava preso. No fim, essa custódia não serviu para nada e custou vidas”, desabafou.
Em nota, a Polícia Militar de Alagoas informou que a Corregedoria instaurou procedimento para investigar o caso e garantiu que as apurações serão conduzidas de forma isenta.
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Fuga, invasão, reféns e mortes
O crime aconteceu no bairro do Prado, bem próximo ao quartel onde o major da reserva estava preso. Após a fuga, o militar invadiu a casa da família da ex-companheira, fez cinco pessoas reféns e matou duas delas: A situação só foi encerrada com a intervenção de equipes especializadas, que resultou na morte do oficial.
A tragédia resultou em mudanças no comando e em postos internos da Academia onde o oficial estava preso preventivamente por violência doméstica. O coronel que estava à frente da Academia foi exonerado da função. Além dele, outros seis militares foram transferidos de forma imediata, incluindo sargentos e soldados que atuavam no local no momento da fuga. Duas policiais também foram remanejadas provisoriamente para novas funções.
Major policial que matou filho e ex-cunhado no Prado, Maceió
Arquivo pessoal
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