Bolsonaro nega tentativa de golpe e diz que reuniões eram para tratar de ‘objetivo’ que não conquistou com recurso no TSE

Bolsonaro declarou que não havia clima político nem base suficiente para qualquer ruptura. “Não tinha clima, não tinha base minimamente sólida para fazer coisa”, disse. Bolsonaro diz que não passou faixa a Lula para não se ‘submeter à maior vaia’ da história do Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro negou nesta terça-feira (10), em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), ter participado de qualquer tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo ele, as reuniões que manteve com ministros e militares naquele período tinham como objetivo avaliar, de forma informal, se haveria alguma saída legal diante da derrota nas urnas.
“As conversas eram bastante informais, não era nada proposto, ‘vamos decidir isso aqui’. Era conversa informal para ver se existia alguma hipótese de um dispositivo constitucional para a gente atingir o objetivo que não foi atingido no TSE. Isso foi descartado na segunda reunião”, afirmou o ex-presidente, durante o interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro declarou que não havia clima político nem base suficiente para qualquer ruptura. “Não tinha clima, não tinha base minimamente sólida para fazer coisa”, disse.
Ele também rejeitou a existência de qualquer movimentação para instaurar um estado de sítio com apoio das Forças Armadas. “Em hipótese alguma [o então comandante da Marinha, almirante Garnier, colocou tropas à minha disposição]. Se nós fôssemos prosseguir com um estado de sítio, as medidas seriam outras”, declarou.
Ainda segundo Bolsonaro, a atuação das Forças Armadas se manteve nos limites legais. “As Forças Armadas, missão legal dada é cumprida. Missão ilegal não é cumprida. Em nenhum momento alguém me ameaçou de prisão.”
O ex-presidente afirmou que tratou com os comandantes de temas como manifestações de caminhoneiros e a presença de apoiadores em frente a quartéis. “Tratamos de GLO [Garantia da Lei e da Ordem] e possibilidades dentro da Constituição, jamais saindo das quatro linhas”, completou.
Bolsonaro é um dos oito réus do chamado “núcleo crucial” da trama golpista, segundo a Procuradoria-Geral da República. Ele nega todas as acusações.
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