
Na sessão, o proponente da CPI, vereador Petrus Evelyn (Progressistas), afirmou que a investigação estaria sendo “sabotada” pelos gestores que a conduzem. Câmara tem sessão suspensa após vereadores discutirem sobre CPI da Águas de Teresina
A sessão ordinária desta terça-feira (10) na Câmara Municipal de Teresina foi suspensa por 15 minutos após uma discussão entre vereadores. Parlamentares trocaram acusações relacionadas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os serviços da Águas de Teresina (veja vídeo acima).
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Na sessão, o proponente da CPI, vereador Petrus Evelyn (Progressistas), afirmou que a investigação estaria sendo “sabotada” pelos gestores que a conduzem. Além dele, o grupo é composto pelo relator Joaquim do Arroz (PT) e os membros Eduardo Draga Alana (PSD), Samantha Cavalca (Progressistas) e Carpejanne Gomes (Podemos). Daniel Carvalho (MDB) e Carlos Ribeiro (PDT) são suplentes.
O g1 entrou em contato com os vereadores citados, com o vice-prefeito de Teresina e secretário municipal de governo, Jeová Alencar (Republicanos), e com ex-vereador Antônio José Lira (Avante). Veja posicionamentos ao fim da reportagem.
“Infelizmente, acredito que está sendo sabotada pelos seus próprios membros e existe uma articulação clara, planejada. Primeiro nós tivemos o vereador Draga Alana que é membro e veio aqui, nessa tribuna, dizer que está envergonhado da CPI”, iniciou o vereador Petrus Evelyn.
“Depois tivemos um comissionado da vereadora Samantha Cavalca, também membro, que começou a me caluniar dizendo que eu estava recebendo dinheiro da Águas de Teresina. Ainda chegou a fazer ameaças de agressão físicas, que foram gravadas. Os dois vereadores são membros votantes da CPI, nunca marcaram uma reunião, nunca pediram uma diligência, nunca solicitaram um documento, nada. Ao invés de tentar resolver internamente, tentaram descredibilizar a CPI publicamente”, continuou.
Em discurso, o vereador Petrus Evelyn comentou sobre a ausência de Samantha Cavalca em uma oitiva da CPI, ou seja, em uma fase do processo que consiste na interrogação de uma pessoa para coleta de informações. Ele também citou o vice-prefeito de Teresina, Jeová Alencar (Republicanos), e o suplente de vereador Antônio José Lira (Avante).
“A vereadora Samantha sequer compareceu à última oitiva, disse que está suspeitando da lentidão da CPI. Mas por que ela faltou em uma das oitivas mais importantes? Eu pergunto, é possível uma investigação séria acontecer com dois membros da CPI atacando publicamente a comissão que deveriam fortalecer? Existe alguma condição de uma investigação ter algum andamento dessa maneira?”, questionou Petrus Evelyn.
“Desde o começo da CPI, o vice-prefeito Jeová Alencar começou a chamar vereadores para que não assinassem essa CPI. Como ele não conseguiu barrar, ele começou a tentar minar de outras maneiras, colocando pessoas da confiança dele para atacar a CPI. Se a calúnia começou com um funcionário da senhora Samantha Cavalca, ela ganhou muito mais voz com o senhor Antônio José Lira, braço direito do Jeová, e aí você percebe como há um plano articulado para enfraquecer a CPI”, completou.
Na sequência, a vereadora Samantha Cavalca retrucou as acusações. Veja vídeo abaixo:
Câmara tem sessão suspensa após vereadores discutirem sobre CPI da Águas de Teresina
“Eu odeio mentira e odeio os mentirosos. Estou dizendo isso porque, há pouco, o vereador Petrus subiu aqui e mentiu descaradamente para o povo de Teresina. Petrus, ou o senhor é incompetente ou é preguiçoso, porque o senhor não aprova nada. Quem diz isso não é a Samanta não, são os dados. Vive de ataques mesquinhos, mentirosos e egoístas”, pontuou.
“Desde 2022, eu recebo, quase diariamente, ataques desse senhor. Eu nunca respondi porque sempre achei ele meio desesperado e o desespero por muitas vezes tem que ter como resposta o silêncio. Ele subiu nessa tribuna para dizer que um assessor meu o atacou, mas ele esquece que tem um assessor dele que me ataca há anos e o que fiz, foi procurar a Justiça e ganhei”, afirmou.
A vereadora chegou a afirmar que faltou uma das oitivas da CPI por estar doente e alegou ter comunicado previamente sobre a ausência, com atestado médico.
Os vereadores continuaram a se confrontar e, em diversos momentos, interromperam um ao outro durante a discussão. Por fim, a sessão foi suspensa.
Vereadores se posicionam
Petrus Evelyn (Progressistas)
Procurado pelo g1 e questionado sobre a denúncia de que teria recebido dinheiro para atuar na CPI, o vereador pontuou: “Acho que se alguém está me acusando, basta comprovar que eu recebi e eu renuncio até meu mandato. Eu desafio todos os vereadores da CPI a abrirem seus sigilos bancários e vamos ver quem realmente recebeu propina. Será que alguém aceita?”.
Samantha Cavalca (Progressistas)
O g1 aguarda posicionamento.
Eduardo Draga Alana (PSD)
O g1 tentou contato, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Ex-vereador Antônio José Lira (Avante)
Ao g1, o ex-vereador defendeu que os membros da CPI, assim como a Câmara Municipal e o povo de Teresina sejam respeitados. E lamentou ter o nome citado durante a sessão: “Eu era vereador na época do contrato, eu estudei o contrato, eu denunciei o contrato. Teresina, na época, tinha uma taxa de esgoto de 60%. E eu denunciei que nos anexos iam colocar nos anos subsequentes de 2017, 2018, 2019 e 2020, taxas subsequentes para 70%, 80%, 90% e 100%. Eu tenho história, por onde eu passei, eu deixei uma marca do trabalho, foi como vereador e, no setor privado, como empreendedor”.
Vice-prefeito de Teresina, Jeová Alencar (Republicanos)
O g1 tentou contato, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Vereadores da Câmara de Teresina aprovam instalação de comissão de ética
Eric Souza/g1
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