
Veredito parcial, no entanto, trouxe absolvições e um impasse a Weinstein, o magnata de Hollywood que impulsionou o movimento MeToo. Harvey Weinstein em julgamento em 11 de junho de 2025
Getty Images via AFP
Harvey Weinstein, o ex-magnata de Hollywood cujas acusações de agressão sexual impulsionaram o movimento MeToo, foi novamente condenado por uma acusação de violência sexual. A decisão foi tomada em um novo julgamento na cidade de Nova York, nesta quarta (11). Composto majoritariamente por mulheres, o júri considerou o ex-produtor culpado de agredir sexualmente Miriam Haley.
Ainda assim, o veredito parcial, que concluiu um julgamento iniciado em abril, também trouxe absolvições e um impasse. O júri absolveu Weinstein de uma segunda acusação de agressão sexual contra Kaja Sokola.
Além disso, não houve veredito unânime em relação a uma terceira acusação envolvendo Jessica Mann. A decisão foi de dar continuidade nas deliberações sobre o caso. Weinstein enfrentava duas acusações de agressão sexual em primeiro grau e uma acusação de estupro em terceiro grau.
Contexto do Novo Julgamento
Este novo julgamento foi necessário porque as condenações anteriores de Weinstein em Nova York, de 2020, foram anuladas em abril de 2024 pela mais alta corte do estado.
No julgamento de 2020, ele havia sido considerado culpado de abusar sexualmente de Miriam Haley e Jessica Mann, e estava cumprindo uma sentença de 23 anos em Nova York até que essas condenações fossem derrubadas.
A anulação ocorreu por uma decisão de 4 a 3 da corte, que afirmou que Weinstein foi “privado de um julgamento justo”. A maioria da corte argumentou que os promotores foram autorizados a convocar testemunhas que alegam ter sido agredidas por ele, mas que as acusações não tiveram evidências físicas.
Testemunhas como Tarale Wulff e Dawn Dunning, que haviam testemunhado no primeiro julgamento e cujo depoimento foi considerado inadmissível, estiveram na sala de audiências do novo julgamento.
Detalhes do Novo Processo
Weinstein se declarou inocente de todas as acusações em seu novo julgamento. Tanto Miriam Haley quanto Jessica Mann testemunharam novamente contra ele.
Em seus testemunhos, Haley alegou que Weinstein a agrediu sexualmente à força em seu apartamento em 2006. Mann, por sua vez, o acusou de estuprá-la em um hotel em 2013.
Uma nova testemunha, Kaja Sokola, que não testemunhou no julgamento de 2020, foi identificada pela acusação nas alegações iniciais no final de abril.
Sokola descreveu duas supostas agressões sexuais cometidas por Weinstein: uma em 2002, quando ela tinha 16 anos, e outra em um hotel em Manhattan em 2006, sendo esta última o incidente pelo qual Weinstein foi acusado no novo julgamento.
Os promotores, incluindo a assistente de promotoria Shannon Lucey, argumentaram que Weinstein usou seu “imenso poder” na indústria cinematográfica e televisiva por 30 anos para exercer “enorme controle” e agredir sexualmente as três mulheres.
Eles afirmaram que magnata oferecia a elas “roteiros e a promessa de fama” e “usava essas oportunidades de sonho como armas”. Lucey declarou que “quanto mais elas resistiam, mais ele se tornava enérgico”.
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