
No Dia de Santo Antônio, comemorado em 13 de junho, a capela de 1897 abre as portas para a tradicional bênção e distribuição de pães aos fiéis. Capela de Santo Antônio em Manaus conhecida como Capela do Pobre Diabo
Divulgação
Com mais de um século de história, a Capela de Santo Antônio, localizada na Zona Sul de Manaus, guarda fé, tradição e um apelido curioso já que é conhecida popularmente como “Capela do Pobre Diabo”. O templo abre suas portas apenas uma vez por ano, no dia 13 de junho, para celebrar o santo com a tradicional bênção e distribuição de pães aos fiéis.
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A origem do apelido diferente remonta ao século XIX e está ligada ao comerciante português Antônio José da Costa. Segundo registros históricos do Diário Oficial do Estado de 1927, Costa era devoto de Santo Antônio e mantinha uma imagem do santo em seu estabelecimento comercial, onde repetia diariamente a frase:
“Meu Santo Antônio, protegei este pobre diabo”.
A expressão tornou-se uma marca pessoal e que depois deu nome a um outro comércio do qual o português era proprietário: “O Pobre Diabo”.
Anos depois, já instalado no bairro Cachoeirinha, Costa e a esposa, Dona Cordolina Rosa de Viterbo, construíram uma capela em honra ao santo em um terreno adquirido por eles.
Em 1897, Dona Cordolina cedeu oficialmente a pequena capela à Diocese de Manaus, com a condição de que ela própria fosse a zeladora enquanto estivesse viva. O templo foi abençoado em 13 de junho de 1901 pelo então bispo Dom José Lourenço da Costa Aguiar.
Desde então, a capela passou a ser um local de culto frequentado pela comunidade e, ao longo do tempo, sofreu restaurações importantes. Em 1965, foi tombada como monumento histórico do Amazonas.
Hoje, permanece sob os cuidados da Paróquia de Santa Rita de Cássia e permanece fechada durante o ano, sendo aberta apenas no dia 13 de junho e em visitas turísticas.
Fiéis na Capela do Pobre Diabo em Manaus
Matheus Castro/g1 AM
Celebração
Nesta sexta-feira (13), a movimentação começou cedo. Pães foram doados por famílias tradicionais da comunidade como parte de promessas e agradecimentos. A aposentada Graciene Loureiro, 73 anos, e a pedagoga Sandra Nazaré, 47, doaram 300 pães em homenagem ao santo.
“Santo Antônio já me ajudou em muitos momentos difíceis. Hoje venho pedir saúde para minha família”, contou Graciene. “Todo ano renovamos nossa gratidão. Ele nunca nos faltou”, completou a pedagoga Sandra.
A bênção dos pães é um dos rituais mais tradicionais da celebração. Os alimentos podem ser consumidos ou guardados junto a mantimentos, como arroz e feijão, com a crença de que, assim, nunca faltará comida no lar.
Uma procissão com saída da capela rumo a paróquia de Santa Rita, no mesmo bairro, está prevista para às 17h. Logo após, uma missa deve ser rezada em homenagem ao santo.
Aposentada Graciene Loureiro, de 73 anos, e a pedagoga Sandra Nazaré, de 47 anos na Capela de Santo Antônio em Manaus
Matheus Castro/g1 AM
Imagem de Santo Antônio na Capela do Pobre Diabo
Matheus Castro/g1 AM
Fiéis celebram o dia de Santo Antônio de Borba