Escola estadual de Elói Mendes será fechada após prefeitura pedir prédio de volta


Imóvel estava cedido até 2040, mas nova administração municipal alega despesas e o quer de volta. Alunos serão transferidos para outra unidade. Escola estadual de Elói Mendes será fechada após prefeitura pedir prédio
A Escola Estadual São Luiz Gonzaga, em Elói Mendes (MG), será fechada e os alunos serão transferidos para outra unidade. O comunicado foi feito pela Secretaria Estadual de Educação. O motivo é o pedido de devolução do prédio feito pela prefeitura.
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De acordo com a prefeitura, o espaço irá abrigar departamentos da prefeitura que estão em outros locais, o que gera despesas (veja posicionamento completo abaixo).
Batalha pelo espaço
Escola Estadual São Luiz Gonzaga será fechada após prefeitura pedir prédio de volta
Reprodução EPTV
O prédio da escola é da prefeitura de Elói Mendes que, em 2020, fez um termo de permissão de uso para a Secretaria de Educação do Estado pelo prazo de 20 anos. O documento, no entanto, possui uma cláusula que permite a rescisão do acordo a qualquer momento.
O pedido de devolução foi feito pelo prefeito eleito Natal Cadorini (Solidariedade) no ano passado, antes mesmo de ele ser empossado, o que desagradou alunos e professores e gerou protestos. O assunto foi tema de discussão na Câmara de Vereadores e no Ministério Público (veja vídeo abaixo).
Transferência de escola causa revolta em pais e estudantes em Elói Mendes
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, foram diversas tentativas para que a escola não tivesse alteração de local. O órgão chegou a afirmar, no final de 2024, que o ano letivo funcionaria normalmente na E.E. São Luiz Gonzaga, mas no início de janeiro, a nova administração municipal oficializou o pedido de devolução do prédio.
“Ficamos também tristes pela forma como foi conduzida essa tramitação, porque em nenhum momento nós fomos procurados para dialogar, para a gente ter uma preparação. No ano passado a gente teve uma notícia ruim, fizemos toda uma movimentação, tivemos uma notícia positiva, e agora, enquanto está todo mundo de férias, todo mundo achando que ia começar o ano letivo normalmente, vem essa reviravolta”, lamentou a supervisora pedagógica Maria Amélia Porto Balbino.
Alunos irão para outra escola
Alunos serão remanejados para a Escola Estadual Brasilino Alves Pereira, em Elói Mendes (MG)
Reprodução/EPTV
A partir de fevereiro, a Escola Estadual São Luiz Gonzaga deixa de existir e os seus cerca de 400 alunos serão transferidos para a E.E. Brasilino Alves Pereira.
“Recebemos essa notícia durante essa semana, em uma reunião com a direção da escola. Foi uma notícia que nos pegou de surpresa. Não tivemos resposta das tentativas de dialogar com o pessoal e essa maneira que está sendo feita, acredito que é o principal ponto negativo. Simplesmente assim: ‘vamos fechar’ e não nos deu nenhum tipo de retorno”, afirmou o professor de matemática Valdemar Martins Balbino.
A Secretaria Estadual de Educação afirmou que a escola para onde os alunos estão indo, tem estrutura para atender os estudantes, que o processo de transferência será todo automático e que as aulas não serão prejudicadas. O ano letivo começa normalmente para os alunos das duas escolas em 10 de fevereiro.
Alguns profissionais contratados sentem insegurança e têm medo de perder o emprego.
“Eu temo porque o vencimento do nosso contrato seria em março e a escola que eu escolhi era o Brasilino, que teria vaga para mim, mas agora vai ter que agregar outras pessoas daqui, aí talvez não vai ter vaga para todo mundo. A gente fica inseguro, fica triste porque a escola também é uma família, a gente passa a maior parte do tempo trabalhando. Tudo isso está afetando não só o emprego da gente, mas a convivência também”, afirmou Claudinéia Ramos da Silva, que trabalha na unidade como auxiliar de serviços gerais há oito anos.
O que diz a prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Elói Mendes, afirmou que o prédio onde hoje funciona a escola está cedido desde dezembro de 2019 e que por isso a prefeitura teve mais de R$ 563 mil em despesas para instalação da sede do governo e da Secretaria Municipal de Educação em outro local.
A nota diz ainda que a administração está revendo gastos para otimizar e priorizar as contas que são de competência do município, e que tomou a decisão de pedir o prédio de volta com o parecer favorável da Superintendência Regional de Ensino de que a E.E. Brasilino Alves Pereira, pode receber os alunos da outra instituição.
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