Criança fica ferida após explosão de construção em área de mata nativa; VÍDEO


Operação foi realizada pela Polícia Militar Ambiental e o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) no bairro Jardim Virgínia, em Guarujá (SP). Criança fica ferida após explosão de construção em área de mata nativa
Uma criança de dois anos foi atingida por estilhaços de uma janela após a detonação de uma construção ilegal em área nativa, em Guarujá, no litoral de São Paulo. A ação foi conduzida pela A PM Ambiental e o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). A onda de choque gerada pela explosão atingiu uma casa vizinha, quebrando o vidro do imóvel, que cortou a cabeça e perna do menino.
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A mãe do garoto, Nicoly Esmelindro de Oliveira, de 29 anos, afirmou não ter sido informada pelas autoridades sobre a explosão no bairro Jardim Virgínia. Segundo ela, o marido estava chegando em casa quando foi orientado por PMs a entrar na residência e não sair sem antes esclarecer o motivo.
Nicoly explicou que mora a aproximadamente 60 metros da construção demolida pelos PMs na sexta-feira (24). Logo após a chegada do marido, ela contou ter ouvido um forte estrondo, momento em que os vidros das portas e janelas estouraram e atingiram o filho.
PM Ambiental e Gate usaram explosivos para demolir uma construção ilegal em área de mata nativa em Guarujá, SP
Reprodução
“Fomos pegos de surpresa em casa. Estávamos assistindo TV, quando houve a explosão. Eu sentada no sofá e o meu filho deitado no chão. Não fomos avisados pelas autoridades sobre o que iria acontecer, não evacuaram a área. Simplesmente explodiram aquela bomba imensa e a população começou a sair nervosa”, contou.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) alegou que a quantidade de explosivo utilizada foi mínima, suficiente apenas para comprometer a estrutura da construção.
A pasta acrescentou que a proprietária e os moradores próximos foram notificados no dia da ação e o isolamento da área foi realizado a mais de 100 metros de distância da construção.
O menino teve ferimentos superficiais e foi levado pela mãe para receber atendimento médico em um hospital de Santos (SP). Ele deve passar por um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) na terça-feira (28). O exame serve para comprovar a materialidade de um crime. “Poderia ter sido muito pior”, disse Nicoly.
Criança ficou ferida após explosão de construção em área de mata nativa, em Guarujá (SP)
Nicoly Esmelindro de Oliveira e Redes sociais
Explosão
A SSP-SP informou que a ação foi feita em conformidade com a Lei 9.605/1998, também conhecida como Lei de Crimes Ambientais, e o Decreto nº 6.514/2008, que estabelece regras para Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal.
De acordo com o BO, a proprietária da construção relatou aos policiais que comprou o terreno há aproximadamente sete anos, tendo em cartório o registro da aquisição. Ela contou ter iniciado a construir uma casa em outubro de 2024 e faltava uma semana para terminar a obra.
A dona do terreno também disse nunca ter recebido uma notificação sobre a irregularidade da casa. Ela foi para o local após receber um telefonema de uma vizinha e afirmou que os policiais ameaçaram usar a força de uma policial feminina, caso ela não saísse do imóvel.
Antes e depois da explosão de construção em área de mata nativa, em Guarujá (SP)
Reprodução e Nicoly Esmelindro de Oliveira
A proprietária da construção e a mãe da criança procuraram a Polícia Civil e o BO foi registrado como dano e lesão corporal na Delegacia Sede de Guarujá.
De acordo com a SSP-SP, a PM apura eventuais danos ou impactos causados aos moradores das proximidades e permanece à disposição das famílias para esclarecimentos. A secretaria acrescentou que o bairro é regularmente vistoriado pelas equipes.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Guarujá, mas não teve retorno sobre os questionamentos de responsabilidade da administração municipal.
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