Copom aponta mais um aumento nos juros e alta nos alimentos

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Preços de alimentos em alta e mais um aumento nos juros. Esses são alguns dos apontamentos da ata da última reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária, em que a taxa básica de juros subiu para 13,25% ao ano. O Banco Central divulgou o documento nesta terça-feira (4).

A ata afirma que os preços de alimentos subiram por causa da estiagem no ano passado e da elevação dos preços das carnes. Aumento que deve continuar no médio prazo. Com relação aos bens industriais, o dólar deve pressionar os preços nos próximos meses.

Outro fator é a incerteza sobre a política econômica nos Estados Unidos, que pode adotar medidas para estimular a economia e imposição de tarifas.

A política fiscal brasileira voltou a ser destaque, porque ela tem viés expansionista, ou seja, distribui recursos que movimentam a economia, apesar dos juros altos, que tentam reduzir a atividade e a inflação, afirma o economista Cesar Bergo. Por isso, o Banco Central mantém a política de juros altos.

Bergo explica que uma chance de redução só mais pra frente se o cenário inflacionário mudar.

“Eu não acredito que isso aconteça agora, no primeiro semestre. Se isso acontecer, vai ser só no fim de semestre, em decorrência das modificações de um cenário que, hoje, é um cenário inflacionário. Então o Banco Central de fato, vai continuar com a política prudente, fazendo com essa taxa de inflação convirja para a meta. Esse é o grande objetivo. Esperamos que o governo faça o dever de casa em relação à política fiscal”.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu as medidas aprovadas para reduzir as despesas.

“As medidas que foram aprovadas pelo Congresso, no ano passado, representaram, realmente, uma contenção da ordem de R$ 30 bilhões; 15 que deveriam ser somados ao orçamento e 15 que foram substituídos, eventualmente, por outras pressões ao longo do ano”.

A ata do Copom divulgada nesta terça voltou a apontar a atividade econômica e o mercado de trabalho aquecidos como fatores que pressionam a inflação.

Mas o economista Newton Marques não crê que o problema no Brasil seja excesso de demanda; e sim de choque de oferta causado por problemas climáticos, preços de commodities ou guerras.

“Pra você resolver o problema de oferta com a elevação da taxa de juros, isso só traz maior dificuldade. Não existe a eficácia, conforme os livros de economia recomendam”.

Na ata, o Copom prevê mais um aumento de um ponto percentual na próxima reunião, em março. Já decisões futuras vão depender da evolução da inflação e dos fatores que a influenciam.

 

Supermercado

© Valter Campanato/Agência Brasil

Economia Taxa de juros subiu para 13,25% na última reunião Brasília 04/02/2025 – 15:19 Samia Mendes / Fran de Paula Gabriel Brum – repórter da Rádio Nacional Copom Taxa de juros preço dos alimentos terça-feira, 4 Fevereiro, 2025 – 15:19 2:41

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