‘Eram inseparáveis e morreram juntas’, diz mãe de jovem atropelada em SP; filha única celebrava 1° emprego com amiga


Claudilene de Lima contou que Isabelli começaria a trabalhar na segunda (14). Motorista, de 26, saía da faculdade quando atropelou as jovens, em São Caetano do Sul. Claudilene Helena de Lima, mãe de Isabelli Helena de Lima Costa, atropelada em São Caetano
Reprodução/TV Globo
As duas jovens de 18 anos que morreram atropeladas na noite de quarta-feira (9) ao atravessar a principal avenida de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, eram melhores amigas e tinham ido comemorar o primeiro emprego de uma delas.
O relato é de Claudilene Helena de Lima, mãe de Isabelli, sua única filha e uma das vítimas do acidente. Muito emocionada e chorando, ela contou que a filha estava feliz por ter conseguido uma vaga como jovem aprendiz em um supermercado no Ipiranga e tinha saída com a amiga, Isabela, para comemorar a conquista.
As duas eram amigas inseparáveis. Elas estudaram o ensino médio juntas e… morreram juntas. Isabelli ia começar [a trabalhar] segunda-feira e não deu tempo. Saíram para comemorar e não deu tempo. Estavam voltando pra casa.
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Na última vez em que conversaram, a filha se arrumava para ir na casa da amiga. “Ela colocou o perfume que ela gostava e falou: ‘olha mãe, agora posso usar o perfume. Porque eu tava guardando pra não acabar. Mas agora vou trabalhar e consigo comprar, né?’. Ela se maquiou e saiu tão linda de casa e foi”, contou.
Segundo Claudilene, Isabelli era uma filha maravilhosa, gostava de se cuidar e vai deixar muita saudade.
A família mora em São Caetanos do Sul desde 2012 e a jovem estava acostumada desde cedo a andar pelas ruas da cidade.
Isabela e Isabelli (abaixo) morreram atropeladas em São Caetano do Sul
Montagem/g1
Isabela Priel Regis e Isabelli Helena de Lima Costa tinha acabado de sair de uma adega quando atravessavam a rua na faixa de pedestres na Avenida Goiás, mo bairro Santo Antônio.
O sinal ainda estava vermelho para os pedestres, mas um carro veio em alta velocidade e acertou as duas moças, que foram arremessadas a mais de 50 metros de distância.
Uma câmera mostra que as duas atravessaram a avenida quando o sinal estava vermelho para pedestres. Veja o momento do impacto aqui.
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O motorista que atropelou as duas jovens é o estudante de Direito Brendo dos Santos Sampaio, de 26 anos.
O advogado de defesa dele disse que o rapaz passou pelo cruzamento quando o semáforo estava verde para os carros e que ele não viu que as jovens atravessavam a rua naquele momento.
Segundo o advogado Francisco Ferreira, o rapaz tinha acabava de sair da faculdade, que fica ali na região, e que pela Avenida Goiás dirigindo entre 60 km/h e 70 km/h, sem saber precisar a velocidade exata.
O teste do bafômetro constatou que ele não estava bêbado. Depois do acidente, Brendo também foi submetido a uma contraprova junto ao Instituto Médico Legal (IML), mas o resultado ainda não foi divulgado.
O motorista foi ouvido na delegacia e acabou detido. Ele deve passar por audiência de custódia com um juiz ainda nesta quinta.
Segundo o boletim de ocorrência, o caso foi registrado como homicídio com dolo eventual (quando assume o risco) “ao lançar-se em prática de altíssima periculosidade em via pública e mediante alta velocidade (em conduta conhecida por ‘racha’)”.
A mãe de Isabelli Helena afirmou que a família do rapaz ofereceu ajuda para os familiares das duas jovens atropeladas.
“Conversaram e disseram que vão dar todo o apoio que a gente precisa. A mãe do rapaz quer conversar com a gente, que a família quer prestar todo o apoio. Que o moço é estudante que não é nada que desabone e tava voltando da faculdade”, afirmou.
Duas mulheres morrem atropeladas na faixa de pedestres em Santo André
Reprodução/TV Globo
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Reprodução/TV Globo
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