
Durante rodada de depoimentos, testemunhas negaram ter conhecimento das irregularidades apresentadas. Parlamentares voltam a se reunir na terça-feira (24). Prefeitura de Bauru (SP) diz que informações não são verídicas. ‘CEI do Fundo Social’ que investiga supostos desvios de doações ouve 5 pessoas
Vereadores da Câmara Municipal de Bauru(SP), que fazem parte a Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar denúncias envolvendo a atuação do Fundo Social de Solidariedade de Bauru e supostos desvios de bens, ouviram cinco testemunhas na manhã desta terça-feira (10).
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A denúncia foi registrada por meio de um boletim de ocorrência, no dia 7 de maio, pela ex-servidora comissionada Damaris Nunes de Faria Pavan, exonerada da prefeitura em abril deste ano. Ela alega que houve desvio de doações do Fundo Social para uma igreja ligada à família da prefeita Suéllen Rosim (PSD).
Em nota à TV TEM, a Prefeitura de Bauru informou que as informações envolvendo o Fundo Social não são verídicas e que Damaris foi demitida por condutas incompatíveis com o cargo, fazendo alegações movidas por vingança.
Os vereadores Sandro Bussola (MDB), presidente da comissão, André Maldonado (PP), relator, Dário Dudário (PSD), Beto Móveis (Republicanos) e acompanharam os depoimentos. Pastor Bira (Podemos) ouviu de maneira remota.
Andrea Cristina Storolli, Elisangela Cardoso do Prado Pereira, Daniel de Souza Almeida e Pedro Alves Ribeiro Neto foram ouvidos nesta terça-feira. Todos haviam sido citados por Damaris Pavan durante depoimento. Confira abaixo os depoimentos.
A próxima reunião da CEI está prevista para o dia 24 de junho. Os nomes das pessoas que serão ouvidas não foram divulgados até a publicação desta reportagem.
‘CEI do Fundo Social’ que investiga supostos desvios de doações do Fundo Social de Bauru para igreja ouve cinco testemunhas
Câmara Municipal de Bauru/Reprodução
Andrea Cristina Storolli, ex-assessora administrativa do Gabinete da prefeita
Andrea Storolli atuava na organização da área administrativa e auxiliava nas entradas e saídas de cestas básicas. Em seu depoimento, ela afirmou não ter conhecimento sobre desvio de bens, nem direcionamento deles ao Ministério Produzindo Esperança (MIP), igreja vinculada à família da prefeita. Além disso, disse não se lembrar de doações grandes no período em que atuou no Fundo Social.
Elisangela Cardoso do Prado Pereira, assessora de Gabinete da prefeita
Elisangela atuou como presidente interina do Fundo Social de Solidariedade em 2022, período que abrange as denúncias de Damaris Pavan. Assim como Andrea Cristina, ela também afirmou desconhecer irregularidades no Fundo, desvio de itens doados ou doações específicas à igreja.
Daniel de Souza Almeida, ajudante geral da Prefeitura
Citado pela denunciante como uma das pessoas que ajudou a carregar um caminhão com um freezer destinado à doação irregular, Daniel afirmou ter visto o item no Fundo Social, mas alega que não o carregou para fora do prédio. Ele também negou ter carregado eletrônicos com destino ao MIP.
Leonardo Marcari, chefe de Gabinete da prefeita
Em depoimento, Leonardo alegou desconhecer irregularidades no Fundo Social. Negou também ter ameaçado Damaris Pavan e reforçou acreditar que as denúncias feitas por ela foram motivadas por vingança.
Pedro Alves Ribeiro Neto, motorista da Prefeitura
Por fim, Pedro Neto foi ouvido. Ele prestava serviço a Damaris, realizando entregas de cestas e itens em residências, ONGs e igrejas. Assim como os outros depoentes, também alegou não ter presenciado irregularidades no Fundo Social de Solidariedade, nem ter feito entregas ao MIP, embora tenha afirmado que Damaris usava o órgão para fins particulares. Reiterou que nunca foi pedido a ele que fizesse algo de cunho duvidoso.
“Ela implicava muito, porque eu questionava a razão de serem sempre os mesmos lugares. As mesmas pessoas recebiam sempre, eram pessoas conhecidas pela Damaris”, finalizou Pedro.
Investigação policial
A Polícia Civil de Bauru também abriu investigação para apurar as denúncias feitas por Damaris Nunes de Faria Pavan.
Segundo o boletim de ocorrência, em março de 2022, a ex-servidora teria recebido ordens de Lúcia Rosim, então presidente do Fundo Social e mãe da prefeita, para levar doações armazenadas no local para o Ministério Produzindo Esperança (MIP), igreja coordenada por membros da família Rosim.
Entre os itens citados na denúncia estão freezer, máquina de lavar, televisores, cestas básicas e caixas de leite.
Damaris anexou à denúncia prints de supostas conversas com Lúcia Rosim e com uma funcionária do gabinete da prefeita. Nos diálogos, são combinados horários e locais para entrega dos produtos.
A ex-servidora também afirma que Márcia Rosim, irmã da prefeita, teria buscado doações para levá-las a uma chácara onde funciona um projeto social de futebol, coordenado por Dozimar Rosim, pai de Suéllen.
FUNDO SOCIAL BAURU
Reprodução
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