
A possível volta do horário de verão está sendo discutida no governo federal. Segundo Cemig, resultados apontam para neutralidade na redução do consumo, se houver mudança. Horário de verão deve reduzir o pico de consumo em cerca de 4,5% no Paraná, segundo a Copel
Aen/Divulgação
O governo federal decidirá nos próximos dias se haverá horário de verão neste ano no Brasil. O que pode acontecer em Minas Gerais se os relógios forem adiantados em uma hora? E, caso não haja essa alteração, pode fazer alguma diferença na distribuição de energia elétrica no estado?
Compra de energia
Subestação da Cemig, em Pouso Alegre, na Região Sul de Minas Gerais
Divulgação/Cemig
Associações do setor aéreo
Associações do setor aéreo publicaram uma nota, nesta terça-feira (24), informando que a categoria precisa de no mínimo 180 dias para adaptação ao horário do verão, caso o governo federal aprove o retorno da medida, que está suspensa desde 2019. O assunto voltou a ser discutido em meio à seca recorde que assola o país e à proximidade dos meses mais quentes do ano.
No texto, divulgado no site da Associação das Empresas Aéreas (Abear), as entidades destacam os “impactos na operação e logística do transporte aéreo caso medida seja adotada imediatamente”.
“[As associações] vêm a público expressar grande preocupação com a possibilidade de restabelecimento do horário de verão pelo Governo Federal de forma tempestiva e sem prazo suficiente que considere as questões operacionais e logísticas do transporte aéreo, o que pode ter impactos substanciais para os passageiros e comprometer a conectividade do país”, diz a nota.
Volta do horário de verão em discussão
Horário de verão
Reprodução/JN
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou o retorno do horário de verão em 2024. Se adotado, o adiantamento dos relógios em 1h (que é o que determina o horário de verão) aconteceria depois do 2º turno das eleições municipais.
“Foi recomendado pelo ONS e aprovado pelo CMSE um indicativo de que é prudente, que é viável e que seria um instrumento apontado como importante a volta [do horário de verão]”, anunciou o ministro Alexandre Silveira, em entrevista coletiva no dia 19 de setembro.
Contudo, Silveira disse que ainda não está convencido da necessidade do horário de verão, apesar da recomendação do comitê. O ministro disse que há “tranquilidade de que não faltará energia” e que pretende analisar outras medidas antes, como adiantamento de linhas de transmissão e mudanças na operação da usina de Belo Monte.
A decisão final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
História do horário de verão no Brasil
Horário de verão foi instituído no Brasil em 1931 no governo Getúlio Vargas
Getty Images via BBC
O horário de verão foi instituído pela primeira vez no Brasil em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas.
“A prática dessa medida, já universal, traz grandes benefícios ao público, em consequência da natural economia de luz artificial”, dizia o texto do decreto assinado por Vargas, datado de 1º de outubro daquele ano.
A medida foi repetida em anos seguintes, sem regularidade. A partir de 1985 — ano que foi marcado por uma seca histórica, que resultou em blecautes e racionamento de água —, o horário diferenciado passou a ser adotado anualmente, com duração e abrangência territorial definidas por decretos presidenciais.
Em 2008, um decreto tornou o horário de verão permanente, vigorando do terceiro domingo de outubro até o terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte.
Até que, em abril de 2019, o então presidente Jair Bolsonaro também por decreto extinguiu a prática.
“O horário de pico hoje é às 15 horas e [o horário de verão] não economizava mais energia. Na saúde, mesmo sendo só uma hora, mexia com o relógio biológico das pessoas”, argumentou Bolsonaro, à época.
Presidente Lula vai decidir sobre volta do horário de verão
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